627 Set 2023_Doutrina I

a primeira divulgação

No outono de 1853, Kokan, obediente e convicta, dá o primeiro passo à divulgação

Em 1853, quando a família Nakayama já estava chegando ao fundo da pobreza, aconteceram três fatos importantes no Caminho. O primeiro foi o retornamento (falecimento) do senhor Zembee, marido de Oyassama. Depois, a demolição da casa principal, símbolo da posição social da família Nakayama. E, por último, a jornada de divulgação da filha Kokan à cidade de Naniwa, atual Osaka.

Naquela época, Kokan estava com 17 anos e acabara de perder o pai. Mesmo assim, Oyassama ordenou-lhe que fosse à capital Naniwa, divulgar o nome divino de Tenri-Ô-no-Mikoto. Obediente e superando a tristeza e a dor pelo retornamento do pai, caminhou cerca de 40 km pelo Passo Jussan, acompanhada por um primo e mais dois jovens, até Osaka. Nas movimentadas ruas da capital, Kokan entoou o nome divino de Tenri-Ô-no-Mikoto, batendo a ritmadeira hyoshigui.

Esse acontecimento tem um significado simbólico muito grande e fundamental, pois foi a primeira vez que o nome de Deus-Parens, Tenri-Ô-no-Mikoto fora pronunciado além dos muros da residência dos Nakayama. É o marco do início do caminho da salvação do mundo.

Hoje, a Tenrikyo se expandiu para vários países e continentes, enfrentando as dificuldades da língua e da cultura de cada região. O ensinamento de Deus-Parens é universal; porém, a Tenrikyo é conceituada no grupo das “novas religiões orientais”. O essencial é ter em mente os textos originais e a vida-modelo que Oyassama nos legou, para podermos nos guiar, mesmo na escuridão dos sofrimentos.

No mundo, há muitas pessoas sofrendo solitárias, dizendo-se incompreendidas, que se sentem abandonadas e perdidas e não sabem que caminho seguir. Muitas vezes dizemos “como posso salvar as pessoas, se eu mesmo estou sofrendo”. Entretanto, esquecemos que o sofrimento é uma lição que Deus está nos dando para aprendermos a ser menos egoístas. Então, Deus-Parens nos dá a oportunidade de refletir, observando o sofrimento das pessoas que estão ao nosso redor.

Hoje, as dificuldades da fé são muito mais íntimas, estão dentro de nós. Vivemos dentro de um casulo de comodidade e não temos coragem de enfrentar a realidade, o sofrimento do mundo, dizendo: “isso não faz parte da minha vida” ou “não quero que isso faça parte da minha vida”. 

Porém, quando o sofrimento bate à nossa porta, está na hora de sair, pois “salvando os outros, salvará a si mesmo”. Quando saímos para salvar as pessoas, na verdade, estamos salvando a nós mesmos, pois abrimos mão da ambição.

Ainda, quando cada um se conscientizar deste ensinamento, a vida se tornará muito mais leve e estaremos abreviando a chegada da vida ideal, do objetivo supremo, que é a vida plena de alegria e felicidade.