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Conduzida pela Oyassama

Sueli Pereira da Pátria

O meu início  na Tenrikyo  se deu por volta de 1973, no ano em que os meus pais se mudaram para a capital paulista. Fomos morar no bairro do Ipiranga, onde ficamos por 19 anos.

Conheci os ensinamentos da Tenrikyo através  de uma vizinha, a senhora Sumiko Nakamae, quando fui convidada  para assistir a cerimônia mensal na casa dela.

Era tudo muito diferente: as orações, os instrumentos musicais e a maneira de reverenciar. Eu, que era da igreja católica, realizava a reverência fazendo o sinal da cruz; a senhora Sumiko me explicou que era necessário bater quatro palmas, abaixar a cabeça e novamente quatro palmas.

Iniciada a cerimônia, fiquei curiosa sobre a maneira de fazer a oração: eles cantavam, gesticulavam as mãos e tocavam alguns instrumentos. Ao término, ela me perguntou o que eu achei e eu disse que queria conhecer a igreja.

Assim, no mês seguinte, fui convidada  para ir à igreja, que naquela época estava localizada no bairro do Jabaquara, próximo da estação do metrô Conceição.

Eu era uma pessoa muito tímida, mas a partir daquele momento, desejei seguir a Tenrikyo. Tive o sentimento de que a Tenrikyo era o que estava procurando. Assim iniciei a minha fé nos ensinamentos de Oyassama.

No mês de abril, estamos comemorando os 226 anos do nascimento da senhora Miki Nakayama, pessoa que, aos 41 anos de idade, passou a servir como sacrário de Deus-Parens. Aprendemos que a Oyassama tinha a alma da mãe da humanidade, quando da origem dos seres humanos. E, utilizando o corpo de Oyassama, Deus-Parens transmitiu este maravilhoso ensinamento em ações, palavras e escrita.

Durante a vida, recebi muitas orientações de Deus, através de ocorrências ou de doenças. Mas sempre me mantive com a fé firme neste Caminho.

Inicialmente, desejei conhecer melhor os ensinamentos e, aos 15 anos de idade, decidi cursar seminário de cinco dias, o Curso de Doutrina, Koshu. Depois, eu fui fazer o Seminário de Formação Espiritual, Shuyokai.

Mas mesmo que eu estivesse determinada em seguir este Caminho, dentro da família havia os contras, que me caçoavam ao me ver fazendo a oração. 

Pois bem, daí  fiz a determinação  de regressar a Jiba, na Terra Parental, para ouvir as preleções do Besseki e receber o dom da concessão divina, Sazuke.

Anos antes, fiz uma cirurgia no estômago, para retirada de uma úlcera e recebi a graça da cura através da ministração do Sazuke pela reverenda Harumi Kataoka, condutora da Igreja Rikuhaku Osasco.

Ainda, em 1990, fui atropelada e, novamente, recebi a graça da recuperação através da ministração do Sazuke pela reverenda Harumi Kataoka.

Desta forma, entendi sobre a razão de ministrar o Sazuke e também desejei me tornar um instrumento da salvação da Oyassama. Assim,  determinei regressar a Jiba para receber o Sazuke, conhecer a Terra Parental, Jiba, e a residência da Oyassama eternamente viva.

Recebi um grande apoio da senhora Yolanda e, assim, consegui realizar a determinação de realizar o meu primeiro regresso a Jiba. Na oportunidade, também participei do Curso de Habilitação para Mestre do Caminho.

Com a graça de Deus-Parens e a condução da Oyassama, tornei Yoboku e Mestre do Caminho.

Após dois anos, ocorreu o grande nó com o retornamento de meu marido. Foi um nó de profunda tristeza, mas, com o apoio de todos, pude superá-lo e continuar firme no Caminho.

Para uma pessoa que chorava e, às vezes, reclamava, graças ao Ensinamento consegui mudar a maneira de enxergar e aceitar as coisas.

Estou neste Caminho há 51 anos. Procuro manifestar a minha satisfação e gratidão, através da ministração do Sazuke para as pessoas enfermas e realizando o Hinokishin. Também procuro reverenciar mensalmente a cerimônia mensal da Igreja São Paulo e da Sede Missionária, Dendotyo. 

Muita gratidão pelas graças recebidas até o dia de hoje. Desejo que Deus-Parens, com suas providências, me apresente orientações para o meu desenvolvimento e, Oyassama, com seu amor maternal me conduza para o meu melhor aprimoramento espiritual.

Muito obrigada.

*64 anos, Yoboku  da igreja Tenrikyo São Paulo.