630 2023.dez_Opinião

gratidão a deus-parens

Sandra Manami Kimura Miyazawa

Adoro o amanhecer, pois Deus-Parens me dá a oportunidade de mais um dia. Começo realizando a limpeza do recinto de reverência, a oferenda aos altares e o Serviço da manhã. Neste momento, os raios solares já começam a refletir nos altares e, após a execução da Dança Sacra, consigo ver, através da janela, o céu azul. Mesmo estando nublado, agradeço por este dia que se inicia, para mais uma vez ter a oportunidade de evoluir espiritualmente e de poder servir ao próximo. 

No livro “Episódios da Vida de Oyassama”, número 173. Todos os dias são bons, Oyassama orientou a Naokiti Takai: “Não há um dia que seja ruim. Todos os dias são bons. Costuma-se escolher os dias, por exemplo: para tratar de casamento, para celebrar a colocação da última viga numa construção. Porém, o melhor dia é aquele em que todos estejam animados.”

Percebemos o quanto é gratificante aquilo que até então pensávamos ser óbvio e natural, como, por exemplo, o fato de viver todos os dias com saúde. Além disso, somente quando adoece é que o ser humano percebe que não consegue fazer nada com a sua própria força, ou seja, somente nessa hora é que consegue sentir efetivamente o ensinamento da coisa emprestada e tomada emprestada.

Temos as seguintes palavras divinas:

“Se não houver dor e aflição não compreenderão a liberdade do corpo. Sendo assim, se diz emprestada. Se o corpo é emprestado, tudo é emprestado. O corpo não fica conforme o pensamento de cada um. Não tem liberdade porque é emprestado.”         (ID de 1º de junho de 1899)

“Quanto ao ser humano, o corpo é coisa tomada emprestada e somente o espírito é seu bem próprio. Surgirá diariamente qualquer razão, de apenas uma \coisa, o espírito. Na aceitação de qualquer espécie de razão, compreendam a razão da plena onipotência.” 

(ID de 14 de fevereiro de 1889)

“Que digam coisas boas como pensem em coisas más, devolverei prontamente tal como são.”

 (ED V-54)

“Tsukihi  verificará o espírito sincero e, tão logo o aceite, fará a devolução.”          (ED VI-98)

Conforme estas palavras, Deus-Parens aceita qualquer espírito, do bem ou do mal, devolvendo-nos logo em seguida, da mesma forma. Portanto, se oferecemos o bem, receberemos o bem e assim acontecerá também com o mal; colhemos o que plantarmos.

O julgamento do bem e do mal é feito por Deus-Parens, e o espírito que estiver de acordo com o desejo de Deus será o bem; o mal será aquele uso espiritual ou atitudes que forem contrários à intenção divina. Neste ponto extremo, as orientações podem ser manifestadas em forma de problemas físicos ou circunstanciais.

Cada um deve fazer a respectiva evolução espiritual, no sentido de se aproximar de Deus-Parens e corresponder ao amor maternal da Oyassama eternamente viva, contentando-a e tranquilizando-a.

No capítulo 7 da “Doutrina de Tenrikyo”, temos: 

“A felicidade do homem não está nas circunstâncias, nem o prazer e o sofrimento são determinados pelas aparências exteriores. Tudo se determina pela atitude espiritual de cada um. O caminho da fé é corrigir as nossas atitudes espirituais e viver diariamente alegres e animados.”

Precisamos sentir gratidão pelo fato de estarmos sendo vivificados por Deus-Parens, sentir o quanto é valioso a coisa emprestada e tomada emprestada, e, com sentimento de agradecimento, usar o corpo em benefício das outras pessoas. Isto é o que deseja Deus-Parens e Oyassama, pois o objetivo fundamental da criação dos seres humanos é a vida plena de alegria e felicidade.

“Se não souberem que o corpo de cada um é tomado emprestado, não compreenderão nada.” 

(ED III-137)

*é condutora da Igreja Atlântico, em Garça/SP