A justiça e a régua de Deus

Deus é bom, perfeito e justo - é um conceito comum para todos aqueles que creem na existência no ser do criador supremo. “Então, por que o mundo dos homens tem tanta ruindade, é imperfeito e injusto?” A esta pergunta, provavelmente, os sábios religiosos diriam que Deus é bom, mas nos deu o livre arbítrio e por esta razão somos imperfeitos.

Onde está a justiça de Deus? Por que uma pessoa boa pode morrer tão cedo e outra pessoa, tão ruim, vive por muito tempo? Por que uma inocente criança nasce com deficiência física ou mental, enquanto outras têm saúde perfeita ou uma inteligência maior? Como se explica o motivo de uma criança nascer numa família pobre, sem educação, e outras, numa família rica e bem estruturada em todos os sentidos? Como explicar a diferença desde a nascença entre duas crianças? Um filho precisaria fugir de casa porque tem uma mãe prostituta e um pai violento para viver na rua pedindo esmola ou roubando? E qual a diferença com outras crianças que podem receber carinho e educação adequada de pais cuja mãe é professora universitária e o pai é médico.

Nós observamos inúmeros casos semelhantes a estes na realidade da sociedade brasileira. Como os destinos dos homens podem ser tão diferentes um dos outros, se pela justiça de Deus todos deveríamos ser iguais?

Todos os seres humanos, sem exceção, têm pais biológicos. Acredito que a reprodução humana existe como uma forma de compreender e reconhecer a intenção e o sentimento de Deus, cujo amor a todos os seus filhos é ilimitado. Na Escritura Divina, Ofudessaki, temos:

Tal como os humanos pensam nos filhos, preocupo-me também com o caminho temeroso e perigoso. Ofu. VII-9

Os pais, na criação dos filhos, com certeza, têm o máximo cuidado. A primeira e ideal alimentação para bebê é o leite materno. É uma alimentação perfeita, nutritiva e imunologicamente, além de ter o melhor sabor para o paladar do bebê. Um pedaço de picanha bovina pode ser uma comida muito saborosa para um adulto, mas é péssimo para o bebê. Também, a roupa de um bebê não serve para um adulto e o inverso não tem qualquer utilidade ao bebê. Assim, a alimentação ou a vestimenta justa para um bebê tem qualidades e tamanhos diferentes da de um adulto. Em todos os sentidos, a realidade ideal e justa para um bebê é diferente da realidade ideal e justa de um adulto.

A “justiça” de Deus é sempre diferente de pessoa para pessoa - não é igual. Por este motivo, todos os seres humanos têm crescimento espiritual diferente um do outro. As realidades que Deus apresenta para cada um de nós são diferentes, variam conforme a qualidade e o tamanho espiritual de cada um.

Na Escritura Divina ainda consta:

Mesmo entre pais e filhos, marido e mulher ou entre irmãos, os espíritos são diferentes um do outro. Ofu. V-8

Hoje, a expectativa média de vida de uma pessoa está se aproximando dos 80 anos de idade. Se medirmos as realidades deste mundo com a régua de uma pessoa que viveu 80 ou 100 anos, poderemos encontrar muitas ruindades, imperfeições e injustiças neste mundo. E ao medir as realidades deste mundo com a pequena régua dos homens, realmente, não encontramos respostas aos questionamentos dos parágrafos iniciais e fica difícil também compreender a grandeza do amor, da perfeição e da justiça de Deus. Talvez nunca as entendamos.

Entretanto, ao percebermos a grandeza e o trabalho divino, as coisas que antes não compreendíamos, começam a ter sentidos mais nítidos... Na verdade, aquela ruindade era só uma parcela de uma bondade maior. Ou seja, aquelas imperfeições ou injustiças são parcelas que fazem parte do estado de perfeição. Todos nós sempre recebemos de Deus a realidade perfeitamente justa e cheia de amor divino.

Deus-Parens, o criador, tomou o corpo da Nossa-Mãe, Oyassama, e, durante 50 anos, detalhadamente, revelou os ensinamentos à humanidade de como superar suas más causalidades (carmas) e atingir à vida plena de alegria e felicidade.