636 2024.jun_meu cotidiano

dedicando-se com aMOR

Viviane Milan Kondo

Meu nome é Viviane Maria Milan Kondo. Tenho 51 anos e sou esposa do condutor da Igreja Seiki Brasil, Paulo Haruo Kondo e temos três filhos: Mariana, Tatiana e Daniel, de 25, 24 e 17 anos, respectivamente. Também sou Diretora da Comissão dos Encarregados dos Estudantes.

Em casa, os nossos jantares são os momentos em que conseguimos reunir a família e conversar sobre as aventuras do dia de cada um. 

Já na igreja, nossos finais de semana são preenchidos com treinos de koteki, cerimônias mensais, além das atividades do Gaku (comissão dos estudantes), que exigem bastante estudo e tempo para a organização dos eventos. Mas amo fazer parte da igreja e do Gaku, já que sempre conto com a ajuda da família.

Profissionalmente, sou professora de matemática e trabalho na Rede Municipal de São Paulo há 22 anos e, desde 2012, sou professora de Educação Digital. 

Ser professora não se resume apenas a ir para a escola: preparar aulas, atividades, conhecer novas ferramentas digitais, cuidar do Laboratório e dos equipamentos tomam bastante tempo extra às aulas. Diariamente, passo 8 horas na escola, dividindo o tempo entre aulas, formação e projetos extracurriculares com os alunos de Robótica, Imprensa Jovem, Grêmio Estudantil e Alunos Monitores. 

São quase 800 estudantes, do 1º ao 9º ano e, meu maior desafio é trabalhar com cerca de 100 crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, deficiência e transtornos, como paralisia cerebral, deficiência intelectual, síndrome de down, autismo, transtorno opositor desafiador e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Também aumentaram muito os casos de ansiedade generalizada. E ainda há os casos de estudantes que não vêem uma perspectiva de futuro na escola, tornando-se completamente desestimulados e desinteressados.

Dividir os equipamentos, trabalhar de forma colaborativa, seguir as regras de convivência e seguir as orientações das atividades são os principais geradores de conflito. Da minha parte, muito mais do que ensinar o conteúdo da aula, preciso ensinar limites, respeito aos colegas e às regras da aula, lidar de forma saudável com as emoções para que todos se sintam ouvidos e seguros.  

São nos momentos de conflitos que consigo unir os ensinamentos da Tenrikyo com a escola. Nos serviços da manhã e vespertino, sempre peço a Oyassama para me ajudar com algum estudante e me direcionar de acordo com seus ensinamentos, sem sentir irritação ou raiva ao lidar com estes conflitos. Peço que me oriente na melhor forma de conversar e ouvir os estudantes, orientando e advertindo na hora certa. Ser paciente, repetir quantas vezes for necessário, sempre respeitando a dificuldade de cada estudante e ressaltando suas qualidades para sempre encontrarmos a melhor maneira de resolver cada situação.

É bem difícil, mas devo dizer que também amo ser professora e sinto que, graças aos ensinamentos da Tenrikyo, a escola tornou-se um trabalho desafiador, mas extremamente gratificante.