Mario Ito
Estamos na reta final do período dos três anos, mil dias rumo à celebração dos 140 anos de ocultamento físico de Oyassama. O Shimbashira promulgou a Instrução 4, instruindo-nos sobre a condução espiritual de todos durante esse período oportuno. Em um trecho, temos a seguinte Indicação Divina: "Se não trilharem o caminho da vida-modelo, não será necessária a vida-modelo. (...) Não há outro caminho a não ser o da vida-modelo".
Na Instrução, o Shimbashira também destaca que a sociedade atual está demasiadamente centrada na cogitação humana e que devemos, o quanto antes, seguir a vida-modelo legada por Nossa-Mãe. Essa é a expressão máxima na forma de viver almejada por Deus-Parens.
Contudo, muitas vezes, entendemos que esse modelo nos parece distante de nossa vivência cotidiana, acabando por nos desencorajar. Diante disso, como podemos nos aproximar desta vida ideal, que nos conduz à verdadeira alegria?
Na Instrução 4, a dedicação dos mestres que transmitiram a doutrina de geração em geração é destacada pelo Shimabashira. Esses mestres, que acompanharam a Oyassama, cada um deles trilhou seu caminho de dedicação e, assim como nós, também começaram do zero, dando seus primeiros passos na fé.
O mestre Izo Iburi é um magnífico exemplo. Ele tornou-se um exemplo de humildade, carinho e respeito, inspirando-se no dia a dia de Oyassama e família, tanto é que foi instruído o porta-voz de Deus-Parens após o ocultamento de Nossa-Mãe.
Certa vez, serviram ao mestre o arroz cozido mais macio, e ele respondeu, com serenidade, que não havia problema, pois o arroz estava delicioso assim. Em outra ocasião, serviram-lhe o arroz num ponto mais al dente, e ele prontamente respondeu que também não havia problema, pois o arroz estava delicioso nesse ponto. Assim, demonstrava sua humildade e contentamento, reconhecendo a dedicação e o esforço com que as pessoas que preparavam o alimento da Residência, sempre expressando sua sincera gratidão a elas. (Anecdotes of the Honseki Izo Iburi 2)
Também, o mestre Iburi sempre orientava cuidadosamente os servidores da Sede a sempre serem gentis com os regressantes a Jiba.
Por exemplo, caso algum regressante perguntasse a localização de tal alojamento e eles explicassem o caminho até lá, o Honseki dizia: “Você não pode somente dizer as direções. Não se pode apenas dar explicações para pessoas que vêm de tão longe, quando elas mal conseguem saber onde é o leste e onde é o oeste. Tire um tempo e lhes mostre pessoalmente o caminho.” (livro Régua do Céu)
Essa é uma orientação valiosa, que continua se aplicando a todos nós, ainda hoje. Muitas vezes, quando estamos em casa, recebendo convidados para uma reunião ou uma festa, acabamos, devido às tarefas e à correria do momento, não os acolhendo como deveríamos. No entanto, esse ensinamento do mestre nos inspira a sempre recepcionar as pessoas com carinho e, igualmente, a nos despedirmos de forma apropriada, acompanhando-as até a saída de nossa casa. Esse princípio vale também para as igrejas e as casas de divulgação: acolher sempre com atenção, e despedir-se com respeito e cordialidade, demonstrando sincero apreço por cada pessoa que chega e parte.
Esse contexto faz-me recordar a história da Igreja-Mor Nankai, fundada pelos mestres Sakujiro Yamada e Tameshiti Hatabayashi. Eles foram até a Residência com o propósito de pedir a cura para o mestre Yamada, que sofria de um problema pulmonar. Contudo, ao chegarem, a pessoa que os atendeu recusou a entrada, desconfiando que fossem arruaceiros ou até mesmo espiões da polícia. Entretanto, o mestre Tyussaku Tsuji, que por ali passava, prontamente os acolheu, convidando-os a entrar e, com grande bondade e carinho, explanou-lhes sobre os ensinamentos da doutrina. Se não fosse pelo acolhimento do mestre Tsuji, talvez não existisse a Igreja-Mor Nankai.
A vida-modelo de Oyassama não se restringe à história de Nossa-Mãe e de sua família, mas existe uma coletânea de histórias exemplares de todas as pessoas que conviveram ou se envolveram com Ela. Por isso, também devemos nos inspirar nessas vidas modelos, para que, com perseverança e sinceridade, possamos seguir, aos poucos, o caminho que nos conduz à vida-modelo.
Então, nesse momento oportuno, próximo do decenário de Oyassama, vamos, juntos, conhecer ou recordar as histórias de nossos predecessores, compartilhando-as com as pessoas ao redor, para, assim, contribuir com a evolução espiritual de todos.
(Mario Ito, diretor daAssociação Infantojuvenil)