Heveraldo Koji Saito
No mês passado, tradicionalmente, em diversas comunidades japonesas no Brasil, foi realizado o Undokai, uma gincana poliesportiva. Os locais são preparados para recepcionar várias gerações, desde os bisavós até as novas gerações, tornando o ambiente não só de integração familiar como também uma oportunidade de praticar exercício para o equilíbrio de uma vida saudável.
Mas qual o motivo de realizar em maio? O clima adequado de temperaturas agradáveis do outono brasileiro permite que todas as faixas etárias possam participar. E, a segunda razão é por causa da decoração do grande mastro que tem na sua ponta o koinobori, que são grandes pipas de tecido em forma de carpas, tradicional símbolo do dia das crianças no Japão.
Explicando brevemente sobre as carpas: conforme uma antiga lenda japonesa, diversos peixes tentavam subir um rio e, entre eles, havia um grupo de carpas que se juntaram, ganhando forças para nadar contra a grande correnteza. Ao chegar na última cachoeira, o desafio parecia impossível, mas as carpas se recusaram a desistir, mesmo após diversas tentativas e, a cada falha, elas permaneciam com o objetivo de seguir em frente. Até que finalmente uma carpa alcançou o topo da cachoeira, tornando-se símbolo de coragem, força e perseverança.
Na sociedade, esses predicados são vistos como essenciais para que as pessoas superem os desafios que encontram ao longo da vida.
Trazendo para o contexto da Tenrikyo, tais qualidades, enumeradas acima, são identificadas nos seguintes episódios da Vida de Oyassama.
Aconteceu em 10 de janeiro de 1875 ou 1876. Após iniciar-se na fé, Lin Massui regressava fervorosamente à Residência. Nesse dia nevava muito desde a manhã.
(...) Ficando um tanto aquecida, foi cumprimentar imediatamente Oyassama, que lhe disse:
“Seja bem-vinda de regresso. Foi Deus-Parens que a trouxe de regresso guiando-a pelas mãos. Escorregou aqui e ali, foi muito difícil, não? Mas, mesmo na dificuldade, esteve contente. Deus-Parens aceita plenamente, plenamente. Aceita tudo, inteiramente e concede graças. Tenha prazer, tenha prazer, tenha prazer.” (Episódio 44 – Dia de neve)
Em 1881, foi realizada a retirada das pedras da Vila de Takimoto, ao leste de Jiba para a construção do Pedestal do Néctar.
(...) As pedras foram transportadas em nove carretas. Quando chegaram ao portão da Residência, um deles ficou parado. Justamente nesse momento. Oyassama saiu do seu quarto e exclamou: “Força!”
Então, todos, embalados, empurraram de uma vez e a carreta entrou portão adentro facilmente. (Episódio 82 – Força!)
Oyassama sempre dizia:
“Não posso passar um único dia sem que salve ao menos uma pessoa.” (Episódio 177 – Ao menos uma pessoa)
Nesta reta final da época oportuna que antecede a celebração dos 140 Anos do Ocultamento Físico de Oyassama, é reteirado para que todos os seguidores do Caminho se encorajem ainda mais nas desafiadoras atividades de missionamento, de divulgar os ensinamentos, e que tenham a força necessária para superar os desafios do dia a dia na salvação das pessoas enfermas e na sábia condução dos diversos problemas circunstanciais. Também, que tenham o espírito perseverante de um verdadeiro Yoboku, instrumento essencial para a construção do mundo de vida plena de alegria idealizados por Deus-Parens.
(Heveraldo Koji Saito)