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nosso caminho futuro

Masao Koda

(Substituindo a palestra da cerimônia mensal de maio, houve o Curso para Incentivar a Formação dos Jovens Estudantes)


Bom dia! 

Gostaria de me apresentar. Meu nome é Masao Koda e sou o condutor da Igreja Sekka, filiada à Igreja Amijima, localizada na cidade de Osaka, no Japão.

Joguei futebol no ensino fundamental e médio. Assim, estou muito feliz e animado por poder vir ao Brasil, no país do futebol. Mesmo com 46 anos, ainda sou um garoto do futebol, que ainda adora futebol.

Agora, gostaria de falar sobre o desenvolvimento da base de estudantes.

Nas Indicações Divinas, temos: 

“Quando os jovens se reúnem, dá trabalho, o mundo também diz que dão trabalho. Porém, para o Caminho, eles não dão trabalho.  Para o Caminho são muito importantes.”

Do ponto de vista de nós, adultos, podemos sentir que os jovens de hoje são difíceis de interagir ou problemáticos, mas, do ponto de vista de Deus, acredito que eles se tornarão pessoas importantes do Caminho futuro. Eu sinto que recebemos a grande missão de formar adequadamente esses recursos humanos que vão nos suceder nesta caminhada.

Quando você ouve falar sobre desenvolvimento de estudantes e de recursos humanos, não significa que este desenvolvimento de recursos humanos começou recentemente; vem sendo desenvolvido de forma contínua desde o início deste Caminho. 

Existe no dia a dia. Assim como os pais preparam e educam os filhos, há as pessoas que as formam e as que educam, tanto no trabalho como na escola. 

Quando penso nisso, penso que formação e desenvolvimento está presente ao nosso redor. Então, acho que, se pudéssemos mudar nossa mentalidade sem pensar muito complicado sobre isso, ou se pudéssemos olhar para isso de uma perspectiva diferente, creio que seria mais fácil entender sobre formação e desenvolvimento.

Agora, quando você ouve falar sobre desenvolvimento estudantil, honestamente, que impressão você tem sobre os jovens, especialmente aqueles na faixa etária estudantil?

Eu também pensava como algo um tanto complicado e acho que há muitas pessoas que se sentem assim e têm dificuldade em entender o que estão pensando.

Pelo que ouvi, este é um termo técnico, mas os anos de estudante, às vezes, são descritos como um “segundo nascimento”, no qual um “senso de identidade” começa a emergir por meio de várias influências e experiências.

No entanto, certa vez, um professor de psicologia disse que esse período de estudante era como um “casulo de inseto” que fica pendurado nas árvores das florestas e matas.

Isso mesmo, imagine aquele “casulo”.

Embora se proteja de inimigos externos, na verdade está repetindo mudanças dramáticas por dentro, transformando-se em uma borboleta. Mas, de fora, é completamente impossível ver o que está acontecendo por dentro. Se você pensar bem, podemos dizer que todos já passamos por isso, inclusive, é um período muito importante para o crescimento do indivíduo e que virá, em grande ou pequena medida, quando chegar a hora. 

Quando penso nisso, penso que os anos escolares são uma idade em que as crianças transbordam de curiosidade e imaginação. Na verdade, valorizam mais os amigos do que os pais e querem ser independentes. 

Eu sinto pena de mim mesmo. Lembro que me rebelava contra meus pais porque, particularmente, não gostava de ser constrangido ou forçado, mas comecei a pensar na “minha própria existência” e “pensar em mim mesmo”. Acreditava que isso ia formar a identidade, a personalidade.

Tenho certeza de que todos já passaram por isso quando estudantes. Então, se pensarem naquela época, acho que será mais fácil entender os sentimentos dos jovens estudantes.

Este curso de formação é ministrado para pessoas que desejam aprofundar sua consciência sobre como desenvolver esses jovens e estudantes.

Quando falamos do nosso público-alvo, é uma ampla gama de gerações. Gostaria que todos reconhecessem que não apenas os envolvidos na Comissão de Encarregados dos Estudantes são responsáveis; seja a Associação de Moços ou a Associação Feminina, todos são educadores.

Hoje, para alguns de vocês, cujos filhos são atualmente estudantes, ou para os condutores de igreja que têm estudantes ligados à igreja, creio que há aqueles que se consideram educadores desse público estudantil. No entanto, por outro lado, pode haver alguns que sentem que, como não há estudantes ao seu redor no momento, não é uma pessoa que cuida dessa população estudantil e que agora não é o momento para fazê-lo.

No entanto, acredito que há muito que pode ser transmitido à estas pessoas; por isso, gostaria que todos aqui ouvissem como pessoas que estão envolvidas nessa formação.

Inicialmente, gostaria de falar sobre as diretrizes de atuação da Comissão dos Encarregados dos Estudantes.

Estamos no segundo ano do 16º mandato da Comissão dos Encarregados dos Estudantes da Sede, que foi iniciado em setembro do ano 185 da Revelação Divina. Nossa diretriz de atividades para este período é: “Vamos nos dedicar a Oyassama e juntos desfrutar a alegria de trilhar a vida-modelo’’.

Este Caminho começou apenas com a Oyassama, a partir do amor de Oyassama por seus filhos.

Este é um Caminho trilhado com o coração, sacrifício e dedicação. 

Na Instrução 4, é dito:

“Oyassama começou o Caminho da vida-modelo primeiramente caindo à pobreza e, em qualquer dificuldade que fosse, trilhou com o espírito alegre segundo a vontade de Deus-Parens.”

Oyassama sempre estava alegre, feliz e disposta a ajudar, independentemente das circunstâncias.

Creio que há dias em que os alunos e eu sentimo-nos preocupados e perdidos em nossas vidas diárias, mas, por haver a vida-modelo de Oyassama, podemos ter esperança no futuro e olhar para frente com alegria.

À medida que nos aproximamos da celebração dos 140 anos do ocultamento físico de Oyassama, nós, que somos os primeiros a trilhar este Caminho, devemos nos aproximar de Oyassama, manter os ensinamentos firmemente no coração e perceber, com gratidão, o valor desta fé.

Gostaria de transmitir aos meus alunos a alegria de trilhar a vida-modelo.

Gostaria de ter o decenário de Oyassama como um ponto de evolução e maturidade, e, assim, trilhar a vida-modelo de Oyassama juntamente com os jovens estudantes rumo à vida plena de alegria e felicidade.

Com base nisso, um item prático que nós, envolvidos no treinamento, devemos manter especialmente no espírito:

Vamos aprofundar nosso conhecimento sobre a vida-modelo de Oyassama e transmiti-la aos estudantes

Em primeiro lugar, aqueles que estão envolvidos no treinamento dos jovens, devem aprender sobre a vida-modelo e esforçar-se para colocá-la em prática, e, com isso, aprofundar a sua compreensão.

E, com a sensação do que aprendeu, sentir a presença e os trabalhos de Oyassama eternamente viva, aumentando, assim, as oportunidades de contar aos estudantes sobre e vida plena de alegria e felicidade.

Aumentar o tempo dedicado aos estudantes

Explanei até agora, repetidas vezes, quanto ao trabalho árduo de desenvolvimento e formação dos jovens estudantes que envolve a nossa vida cotidiana.

Esse trabalho diário é imprescindível. Ouça os jovens, conversando e comendo juntos; estude junto os ensinamentos e transpire junto no Hinokishin; escreva uma carta para o jovem com o qual não é possível se encontrar. Sempre reserve um tempo para o jovem estudante.

No entanto, por favor, é importante não ter pressa. Sente-se, tranquilamente, fique à frente deles.

Embora pareça fácil dedicar o tempo aos estudantes, eu acho que é difícil. Porém, a sinceridade verdadeira daquele que se dedica à outra pessoa, com certeza, será transmitida.

Tenho a certeza de que vocês dedicaram seu tempo com grandes esforços, No entanto, gostaria que aumentassem o nível de consciência desse tempo ainda mais.

Este é o entendimento deste aspecto prático.

Vamos promover o Regresso dos Estudantes a Jiba

Deve-se conduzir a Jiba com o espírito ligado a Jiba e dedicar-se com sinceridade verdadeira, para receber a razão de Jiba e ter o maior número possível de estudantes regressantes a Jiba, mesmo que seja uma única vez. E assim, poder receber o “sopro” do Parens e o calor da Terra Parental.

Além disso, deve-se cuidar para que o regresso a Jiba seja uma oportunidade de poder dedicar a sinceridade.

É claro que é importante a condução à igreja e à sede missionária, que têm a razão de Jiba, e criar mais oportunidades de dedicar-se ao hinokishin.

Gostaria de colocar esses três pontos em prática no trabalho de formação e desenvolvimento dos jovens estudantes deste ano. Por isso, espero mantê-los cientes para trabalharmos unidos nesse ato de desenvolver.

Conversamos sobre as diretrizes das atividades e as ações práticas.

O papel da Comissão de Encarregados dos Estudantes é desenvolver recursos humanos e formar verdadeiros Yobokus que possam liderar o Caminho do futuro.

Para que possamos receber as providências de Deus-Parens, acredito que devemos, a partir de nós mesmos, nos esforçar para desenvolver os recursos humanos. Assim, juntos, aquele que se dedica na formação e aquele que está sendo formado, com este espírito de união, podem se dedicar na formação e desenvolvimento.

No entanto, você pode sentir que é extremamente difícil transmitir essa fé do Caminho aos estudantes. Como comentei anteriormente sobre o casulo: Como devemos interagir com os jovens se não sabemos o que se passa em seus corações?

Sinto que transmitir a fé em tal situação é o nosso desafio atual.

Neste ponto, é muito importante a fé e a dedicação daqueles que seguem o Caminho. Sinto que não são raros os casos em que a fé é, muitas vezes, guiada pela fé de alguém próximo. Em particular, as nossas palavras e ações cotidianas podem dar esperança ou desilusão aos jovens.

Saiu o seguinte artigo no jornal sobre um estudante universitário.

Um dia, às 23 horas, no caminho de trem para casa, depois de estudar na universidade, me deparei com um incidente. O trem de repente parou, e pensei: “Por favor, me dê um tempo! Quero ir para casa logo. Estou com dor de cabeça e sono!”

Os passageiros ao meu redor também franziram a testa. Havia uma atmosfera pesada dentro do vagão. Após 15 minutos, o condutor fez um anúncio: “Estamos verificando, pois alguém entrou nos trilhos!”

O que você faria em um momento como este, em que sua raiva parecia estar atingindo o auge?

Então ouvi uma conversa entre duas senhoras, na casa dos 30 anos de idade: “Boa sorte, força! Boa sorte, força!”

Longe de ficarem irritadas com a situação, as duas aplaudiram a equipe que estava trabalhando: “Que incrível!” Eu também me emocionei. 

Ao mesmo tempo, refleti e percebi que ninguém queria causar problemas ou acidentes. No entanto, eu culpava as pessoas. Fiquei envergonhado de meu pensamento limitado.

Aqueceu meu coração ver as duas senhoras torcendo sinceramente por aqueles que estão se esforçando, dando o seu melhor.

“Desculpem por ter feito esperar” - o condutor anunciou quando o trem estava partindo. As duas senhoras sorriram felizes e disseram: “Que bom!” Elas não reclamaram de nada e não tinham qualquer sentimento ruim.

Cheguei em casa muito mais tarde do que o planejado. Mas aprendi algo importante com aquelas duas senhoras.

Eu desejo ser esse tipo de pessoa: aquela que apoia alguém antes de culpá-lo. 

Conforme este artigo, as palavras de uma pessoa próxima fizeram o jovem refletir sobre seus sentimentos de revolta e o fizeram mudar de ideia para querer se tornar uma pessoa que pudesse apoiar os outros.

As palavras e ações de adultos próximos refletem-se nos corações dos jovens.

Acredito que as nossas imagens casuais da nossa vida cotidiana se refletem nos corações dos jovens. Por isso, quando penso nisso, imagino que nós, adultos, devemos agir com fé e convicção para que possamos servir de referência para os jovens.

Para cultivar essa fé e dedicação, creio que devemos nos animar e trilhar o Caminho da vida-modelo de Oyassama, passo a passo, encorajando-se e valorizando-se mutuamente neste Caminho da vida plena de alegria e felicidade.

Um diretor da Sede, em seu discurso na Assembleia da Comissão dos Encarregados dos Estudantes, disse que o professor que cuidou dele quando criança, sempre será seu professor, mesmo que tenham se passado décadas. Você não é apenas um professor por um tempo; para os alunos, é um professor para toda a vida. Então, gostaria que valorizasse esse relacionamento e o tratasse como um relacionamento para toda a vida, disse o diretor.

Quando ouvi essa história, percebi que quando eu era estudante, tive muitos encontros maravilhosos com pessoas que me ajudaram a crescer e me apoiaram. Vou relatar uma dessas memórias.

Como me apresentei anteriormente, nasci e cresci em uma igreja, em Osaka, e estudei ali até o ensino médio. Desde pequeno, adorava me movimentar e comecei a jogar futebol nas séries finais do ensino fundamental. Também entrei para o time de futebol no ensino médio e fui nomeado capitão no terceiro ano.

No verão do meu nono ano fundamental, quando treinava ativamente, adoeci repentinamente e tive que me ausentar dos treinos. Então, fui ao hospital fazer exames e descobri que a causa estava relacionada ao coração. O médico disse para evitar exercícios intensos, o máximo possível. Fiquei muito chocado quando ouvi essas palavras. Minhas atividades esportivas encerraram-se sem sucesso. Depois disso, fui para o ensino médio, em Jiba, e comecei a morar no alojamento.

Como não podia mais jogar futebol, decidi procurar outra atividade. Como Gagaku era necessário na igreja, decidi e entrei para o grupo de Gagaku. Ainda não tinha recebido um instrumento, tudo que fazia era praticar a respiração abdominal. Com o passar dos dias, ainda me sentia ligado ao futebol, incapaz de me desconectar, e me sentia frustrado. 

Como eu estava no dormitório, tive a oportunidade de conversar sobre isso com o secretário que cuidava de nós. Quando contei o que pensava, ele disse: “Em Jiba não existe o Hospital Ikoi no Iê? Por que você não faz o exame novamente? Talvez você devesse aguardar os resultados antes de desistir.” 

Isso era algo que eu não tinha pensado. O secretário tomou todas as providências para a realização do exame hospitalar. Depois, o médico conversou comigo e disse que não encontrou qualquer anormalidade no exame. Ele disse para eu não me preocupar, que estava tudo bem. 

Perguntei se podia jogar futebol e ele respondeu que sim. A alegria que senti naquele momento foi indescritível. Imediatamente sai do grupo de Gagaku e entrei no grupo de futebol, onde pude me dedicar ativamente por três anos. 

Eu sou imensamente grato ao secretário daquela época, que me apoiou a fazer novos exames. Graças a ele, pude viver uma vida de ensino médio sem arrependimentos.

Até hoje me recordo das inúmeras vezes em que aprendi muito com os professores e veteranos, que me davam conselhos e me ajudavam a crescer. Eles viverão em meu coração por toda a vida.

E a seguir, como Educador, há uma coisa importante que devemos ter em mente.

O Shimbashira nos transmitiu na sua palestra da Assembleia da Comissão de Encarregados dos Estudantes, na comemoração ao 30º aniversário da Comissão, a seguinte Indicação Divina:

 “Se educar, se educa; Se não educar, não se educa.” 

“Ao educar com o espírito distante do Caminho, não vai se criar.”

Quer dizer que, para formar uma pessoa, deve haver uma vontade muito forte por parte de quem educa. E, acima de tudo, está em questão o lugar do coração de quem está se dedicando na formação.

Se você não tiver certeza sobre o tipo de pessoa que deseja formar ou o que deseja transmitir a ela, a pessoa que está sendo educada ficará confusa. Em primeiro lugar, quem está na posição de formar deve aproximá-la do amor maternal de Oyassama. 

As pessoas que se dedicam na formação, só podem ser formadas ao se dedicarem nesta formação. Deus está nos dizendo que as pessoas não podem ser formadas só com pensamentos humanos que as afastam do Caminho.

Nesta palestra, senti a importância das palavras: “é questionado o lugar em que ficará o coração daquele que será educado”.

Só porque você tem um aluno à sua frente, não significa que você deva assumir a tarefa de formá-lo. Você precisa pensar no tipo de pessoa que deseja que esse jovem seja quando crescer. Para fazer isso, é ensinado que é muito importante se aproximar do amor maternal de Oyassama.

Acredito que para nos aproximarmos do amor maternal de Oyassama, precisamos aprender com a vida-modelo e com as palavras que Ela nos deixou.                     (continua na próxima edição)

*é chefe do Departamento de Recursos Humanos da Comissão dos Encarregados dos Estudantes da Sede