632 2024.fev Palestra
Espírito de salvar os outros
Primaz Alexandre Kaoru Murata
Todos os anos, no dia 26 de janeiro, é realizado, na Terra Parental, em Jiba, a Grande Cerimônia da Primavera, que tem a sua origem no grande nó ocorrido no dia 26 de janeiro de 1887 do calendário lunar, data em que a Oyassama, encurtando 25 anos da sua vida natural determinada, ocultou-se fisicamente e, abrindo o portal, saiu para nivelar o mundo, ou seja, para deixar o mundo plano, sem altos e baixos. Recebendo esta razão, no dia de hoje, realizamos a Grande Cerimônia de janeiro desta Sede Missionária. Inicialmente, gostaria de refletir com todos sobre a origem da celebração desta grande cerimônia de primavera.
Quando viva fisicamente, a Oyassama insistiu veementemente na realização do Serviço Sagrado. E quando falamos em Serviço Sagrado, não estamos nos referindo ao Serviço diário, realizado de manhã e de tarde, mas sim, ao Serviço de Kagura, isto é, o Serviço Sagrado realizado em Jiba, ao redor do Kanrodai (Pedestal do Néctar). As pessoas próximas à Oyassama estavam cientes da importância do Serviço Sagrado e sabiam que a Oyassama estava apressando energicamente a sua realização. No entanto, não conseguiam decidir pela sua execução, pois se realizassem o Serviço, a Oyassama, já em avançada idade, provavelmente seria levada presa pelas autoridades policiais.
Até o dia do ocultamento físico, que ocorreu no dia 26 de janeiro (c.l.), as pessoas próximas à Oyassama, consultando as indicações divinas, alternaram repetidas vezes entre ponderar e deliberar, pois estavam hesitantes entre a razão (executar o Serviço) e a afeição (preocupados com a pessoa da Oyassama). E, desta forma, chegou o dia 26, data que já vinha sendo realizado mensalmente o Serviço Sagrado. Como a saúde da Oyassama chegou a um estado muito preocupante, todos determinaram o espírito e executaram o Serviço. No livro “Vida de Oyassama - Minuta”, no capítulo 10, temos a seguinte passagem:
“(…) como a partir do meio-dia, a saúde de Oyassama tornou-se mais crítica, o espírito deles ficou completamente determinado, e Shinnossuke ordenou: ‘Que fiquem para executar o Serviço somente aqueles com o espírito decidido a suportar qualquer intervenção policial e disposto a sacrificar a própria vida ao desempenhá-lo.’ Decidindo-se, todos vestiram várias roupas de baixo e várias meias, preparados para serem presos a qualquer momento, e começaram a executar o Serviço altivamente, acompanhados pelos instrumentos musicais, mais ou menos à uma hora da tarde. (…)”
Sobre as circunstâncias deste dia, temos uma carta que o mestre Shirobee Umetani, posteriormente primeiro condutor da Igreja-Mor Semba, escreveu para a sua esposa Tane. Está registrado da seguinte forma:
“(…) finalmente, uns 20 minutos antes da uma da tarde do dia 26, iniciou-se os preparativos para o Serviço Sagrado. Com ânimo e resoluto, vesti a roupa preta e estava me dirigindo para o Kanrodai, quando ouvi de dentro, em altas vozes: ‘Umetani! Umetani!’ Do quarto vizinho ao da Oyassama, surgiram os mestres Iburi e Kajimoto, com os semblantes demasiadamente apreensivos, que disseram: ‘Nós dois ficaremos com a Oyassama, mas se todos forem levados pelas autoridades, como vamos proteger a nossa tão importante Oyassama? Se realmente tem preocupação com a nossa Oyassama, Massuno, Umetani e Hirano, por favor, queremos que os três fiquem aqui também.’ Suplicaram enérgica e tão apreensivamente, que eu, Shirobee, conseguindo me conter, permaneci perto da Oyassama. Apenas eu e o Massuno, pois o Hirano acabou indo para o Serviço Sagrado. Os demais mestres, todos foram e, sem contratempos, conseguiram executar o Serviço Sagrado imediatamente. (…)”
Através desta carta, podemos sentir ainda mais a gravidade da situação. O mestre Umetani também tinha se determinado a executar o Serviço e quando estava se dirigindo, foi chamado pelos mestres Izo Iburi e Matsujiro Kajimoto, sendo persuadido a permanecer. Executando o Serviço Sagrado com os instrumentos e em plena luz do dia, com certeza a polícia viria correndo e todos seriam presos. A preocupação maior era com relação a Oyassama, com a sua saúde em estado crítico. Haja o que houver, aconteça o que acontecer, teriam que proteger a Oyassama, nem que fosse em troca de suas vidas.
O Serviço Sagrado teve início por volta da uma hora da tarde e, ao contrário do que todos estavam temendo, nenhum policial veio, mas a Oyassama, ouvindo satisfeita o som do Serviço, juntamente com o seu término, ocultou o seu ser físico.
Na Grande Cerimônia da Primavera de 2018, o Shimbashira (primaz mundial), após recordar sobre as circunstâncias acerca do ocultamento físico, disse: “Acredito que o relevante significado do dia de hoje está em relembrar a intenção do Parens contida nesta última instrução, que marcou o término da vida-modelo, assim como em avançar os passos com o espírito renovado, de forma a corresponder à expectativa da Oyassama que, com a razão eternamente viva, continua a nos orientar mesmo agora.” Em outras palavras, o Shimbashira nos orientou sobre qual o significado de celebrarmos a grande cerimônia no dia 26 de janeiro, mencionando dois pontos relevantes: “relembrar a intenção do Parens” e “corresponder à expectativa da Oyassama”. Creio que “relembrar a intenção do Parens”, em primeiro plano, significa reconhecer a importância da execução do Serviço. Por outro lado, penso que “corresponder à expectativa da Oyassama” é o que está sendo orientado na Instrução 4: “praticar o ensinamento tendo como meta a vida-modelo”. Gostaria de aprofundar um pouco sobre estes dois pontos.
Primeiramente, a respeito da execução do Serviço. Gostaria de apresentar as palavras do Shimbashira (primaz mundial) na Grande Cerimônia da Primavera do ano de 2014.
“Oyassama insistiu repetidamente na execução do Serviço Sagrado porque é a base do caminho da dedicação sincera à salvação. É absolutamente impossível salvar todas as pessoas do mundo se não executarmos firmemente o Serviço. É por esta razão que, antes de ocultar o seu corpo, apressou rigorosamente a execução do Serviço Sagrado.”
Creio que o ponto mais relevante está na afirmação: “É absolutamente impossível salvar todas as pessoas do mundo se não executarmos firmemente o Serviço.”
Prosseguindo, disse:
“Como as pessoas estavam indecisas em realizar o Serviço, para que elas se dedicassem sinceramente a Deus e executassem o Serviço unindo os espíritos, instruiu e orientou de forma rigorosa, mas também atenciosa, mostrando na saúde da própria Oyassama.
Isto não se restringe apenas às pessoas daquela época; muito pelo contrário, somos nós, que vivemos na atualidade sem sofrer qualquer restrição quanto ao Serviço, que devemos firmar isso no espírito. Atualmente, não é difícil a execução do Serviço em si, mas penso que não é tão simples assim realizá-lo de maneira que seja aceito por Deus-Parens.”
O Shimbashira afirma que, quanto à execução do Serviço, somos nós que devemos firmar no espírito a importância de unir os espíritos, dedicando sinceramente a Deus e reiterou dizendo que não é tão simples realizar o Serviço de maneira que seja aceito por Deus.
Atualmente, as igrejas, as associações e as regionais têm desenvolvido várias atividades voltadas para a sociedade e não há nada de errado nisso, inclusive são atividades muito importantes e tudo o que for voltado à salvação das pessoas deve ser realizado ativamente. No entanto, assim como foi afirmado pelo Shimbashira: “é absolutamente impossível salvar todas as pessoas do mundo se não executarmos firmemente o Serviço”, creio que concentrar toda a energia para estas atividades, deixando de lado o Serviço Sagrado mensal, é uma inversão de prioridades que levará a sérias consequências. Ainda, como foi ponderado na sequência: “penso que não é tão simples assim, realizá-lo de maneira que seja aceito por Deus-Parens”, podemos perceber que realizar o Serviço Sagrado apenas por formalidade, realizar a cerimônia do mês simplesmente porque chegou a data marcada, não seria aceito suficientemente, por faltar a sinceridade. Acredito que o importante é que cada um esteja sempre refletindo se a sua própria conduta está sendo aceita por Deus-Parens.
Por exemplo, para as crianças de 6 a 8 anos, muitos pais devem falar para reverenciarem pelo menos até terminar o Serviço sentado. Já, para as crianças de 10 a 12 anos, até terminar o Hino Yorozuyo. Para os mais velhos, até terminar a primeira parte da Dança das mãos, e assim por diante. Ou seja, orienta-os de acordo com o amadurecimento de cada um. Por outro lado, acredito que, mesmo após atingir a idade adulta, a aceitação por parte de Deus-Parens vai ser conforme o empenho de cada um. Tenho a certeza de que, uma vez mais, cada um precisa refletir sobre a sua postura, a sua atitude com relação ao Serviço Sagrado. Será que estou realizando o Serviço Sagrado com a seriedade necessária correspondente à minha própria evolução espiritual? Penso que esta auto-análise de tempos em tempos é o que faz com que Deus-Parens aceite ou não o nosso empenho.
No caso do Serviço Sagrado em que a Oyassama acabou se ocultando, todos executaram o Serviço orando sinceramente pela cura da Oyassama, não se importando com o que pudesse acontecer com a própria vida. Atualmente, não há mais a necessidade de realizar o Serviço com disposição tão extrema, mas todas as igrejas das várias localidades, recebendo a razão de Jiba, receberam a permissão para realizarem o Serviço Sagrado em um determinado dia do mês, portanto, é importante que não apenas os servidores do Serviço, mas as pessoas que vêm reverenciar também, todos juntos realizem o Serviço alegremente e com o espírito de salvar as pessoas.
Creio que, até um tempo atrás, não foram poucas as pessoas que estavam orando para que a doença infectocontagiosa causada pelo novo coronavírus fosse controlada o mais rápido possível, assim como para que as pessoas infectadas recebessem a graça da cura. Nos dias atuais, penso que as pessoas estejam orando pela pacificação das guerras que estão ocorrendo no Oriente Médio e na Europa, rezando, portanto, pela paz mundial. Outras pessoas, podem estar orando para que as pessoas vítimas de desastres naturais ou causadas pelo homem se restabeleçam o mais rápido possível; por outro lado, há aqueles que estão orando pela graça da cura de enfermidades de seus familiares, parentes, conhecidos ou amigos. Este é o Serviço que irá salvar todas as pessoas do mundo. Portanto, em vez de realizar a cerimônia mensal apenas por fazer, por ter chegado a data determinada do mês, gostaria de, juntos, realizarmos com o espírito que será aceito por Deus-Parens, isto é, o espírito que solicita a salvação das pessoas.
Em seguida, gostaria de falar sobre “corresponder à expectativa da Oyassama”. A respeito disso, podemos nos basear na Instrução 4, em que o Shimbashira nos orienta para “praticar o ensinamento tendo como meta a vida-modelo”.
Todos sabem que a Oyassama nos deixou o caminho da vida-modelo, vivenciando pessoalmente durante longos 50 anos. Ainda, na Indicação Divina, temos: “Se não trilharem o caminho da vida-modelo, não será necessária a vida-modelo. (7/nov/1889)” Portanto, “corresponder à expectativa da Oyassama” é trilhar a vida-modelo deixada por ela. A vida-modelo da Oyassama é o modelo da dedicação sincera a Deus, é o modelo da dedicação sincera à salvação e é o modelo da vida plena de alegria e felicidade.
No entanto, para praticar os ensinamentos de acordo com a vida-modelo, é necessário conhecer a vida-modelo. Um ponto de partida seria ler e reler os livros “Vida de Oyassama - Minuta” e “Episódios da Vida de Oyassama - Minuta”, assim como as outras publicações que temos sobre o nosso ensinamento.
Gostaria de aproveitar esta ocasião para apresentar alguns episódios da vida-modelo.
Primeiro, o episódio nº 29, com o título “Os três tesouros”. Esta é uma passagem em que a Oyassama dirige-se ao mestre Izo Iburi, logo no início da sua fé. Oyassama pegou três grãos de arroz em casca e pôs-lhe na mão um a um dizendo: “Este é levantar cedo, este é honestidade e este é trabalho.” Depois, disse “Deve segurar firmemente estes três e agir de modo que não os perca.” O mestre Iburi cumpriu este ensinamento a vida inteira.
No livro “A Régua do Céu”, que conta sobre a vida dele, está registrado que ele ainda recebeu a seguinte instrução da Oyassama:
“Izo, neste Caminho, acumule virtudes sem ser visto (ou seja, quando as pessoas não estão vendo). Por mais que trabalhe bastante na frente das pessoas, se não fizer as coisas direito quando não é visto, ou se falar mal das pessoas pelas costas, não haverá o reconhecimento por parte de Deus-Parens. Além disso, ao ser agradecido pelos outros, a prestação de contas das virtudes acumuladas estará encerrada.”
O mestre Iburi, diariamente, ia da sua casa até a Residência e depois voltava. Nestas idas e vindas, quando via uma ponte que necessitava de reparos, ele a consertava, não se incomodando se já era tarde da noite ou se estava com pressa para voltar. Quando via água vazando de uma plantação de arroz, não importava quem fosse o dono do arrozal, ele não deixava de reparar o vazamento.
Não adianta trabalharmos firmes apenas quando as pessoas estão vendo. Se ficarmos ociosos quando ninguém estiver vendo e se falamos mal das pessoas pelas costas, não haverá a aceitação por parte de Deus. Além disso, se trabalharmos firmemente, acumularemos boas virtudes, mas Deus diz que se recebermos palavras de agradecimento em troca, a prestação de conta estará feita e a virtude não restará. Portanto, a aceitação de Deus-Parens será maior quando trabalharmos firmes onde as pessoas não estiverem vendo e quando não ficarmos reclamando por trás das pessoas.
Posteriormente, Oyassama orientou Yoshie, a filha mais velha do mestre Iburi, da seguinte forma (Episódio nº 111):
“Levantar cedo, ser honesto e trabalhador. Há uma grande diferença de mérito entre ser acordado e acordar os outros de manhã. Trabalhar e falar bem dos outros sem ser notado é honestidade. A pessoa que não pratica isto mesmo sabendo, torna-se uma mentira. Trabalhar um pouco mais após ter trabalhado, não é ambição, é o verdadeiro trabalho.”
Temos aqui modelos para tomar como exemplo: trabalhar com a mesma disposição, independente de estarmos sendo vistos ou não; não ficar falando mal das pessoas pelas costas, mas sim fazer o esforço para elogiar as pessoas. Por outro lado, estamos sendo advertidos de que a pessoa que não pratica mesmo sabendo, torna-se uma mentira; portanto, o importante é praticar, de forma obediente, aquilo que nos é ensinado. Além disso, temos as palavras: “quanto ao trabalhar, diz-se trabalhar (hataraku), porque aliviam (raku ni suru) as pessoas próximas (hata-hata)”. (Episódio nº 197). É um trocadilho da palavra “hataraku”, que significa trabalhar, dividindo-a em “hata” e “raku”, sendo que “hata-hata” significa pessoas à volta e “raku” significa aliviar. Trabalhar um pouco mais após já ter trabalhado, além de aliviar as pessoas à volta, Deus irá aceitar como sendo uma sinceridade a mais. É um preceito que todos nós temos que ter em mente e nos esforçar para pôr em prática dentro do nosso dia a dia.
Certa vez, Oyassama perguntou: “Quer mérito que pode ser visto pelos olhos ou mérito que não pode ser visto pelos olhos? Qual prefere?” (Episódio nº 63). Pôr em prática estes exemplos de vida que fazem parte da vida-modelo é “corresponder à expectativa da Oyassama” e, ainda por cima, poderemos acumular muitos méritos que não podem ser vistos pelos olhos. Os méritos são as virtudes, os merecimentos. Tomar a iniciativa e realizar os trabalhos, os afazeres, que normalmente as pessoas não querem fazer, ou evitam fazer, é o que realmente irá contentar a Deus-Parens, que irá aceitá-los. Portanto isto se estabelecerá como os méritos, as virtudes da pessoa e, posteriormente, servirá como base das salvações.
Gostaria de apresentar um último episódio, o nº 123, cujo título é “O homem é a meta?”
Há poucos instantes, apresentei uma carta escrita pelo mestre Shirobee Umetani e este episódio diz respeito a ele, pouco tempo depois do seu ingresso nesta fé. A Oyassama lhe disse: “Torne o seu espírito amável, salve o próximo e mude os seus maus hábitos e o temperamento.”
Nos Hinos Sagrados, temos: “Esqueçam por completo o espírito cruel e tornem gentil o espírito.” (V-6) O movimento equivalente ao “gentil” é o de uma circunferência, portanto é um movimento redondo e a associação que podemos fazer é que o espírito gentil, ou espírito amável, é o espírito redondo. Paralelamente, no episódio nº 135 temos as seguintes palavras de Oyassama: “No mundo, todos devem ligar-se uns aos outros, tendo o espírito redondo como estas uvas.” Ou seja, na relação entre as pessoas, o importante é o espírito redondo, que não tem cantos, nem quinas, pois se tivessem cantos e quinas, cada um estaria espetando o outro e se machucando mutuamente.
Ainda, na Indicação Divina de 21 de abril de 1900, temos: “Diz-se espírito amável o que satisfaz sinceramente e o que tranquiliza.” Ou seja, o espírito amável não tem quinas pontudas que machucam os outros, além de ser o espírito que satisfaz sinceramente, que tranquiliza, os outros. Ademais, se não conseguirmos tornar o espírito amável, muito dificilmente poderemos desenvolver o espírito de salvar os outros. Sendo assim, vamos nos empenhar diariamente para retirar os cantos e quinas pontudas do nosso espírito e torná-lo redondo para poder salvar o próximo.
Além disso, Oyassama disse: “mude os seus maus hábitos e o temperamento.” O uso espiritual maculado de poeiras, isto é, a disposição espiritual fundamentada no egocentrismo e nos caprichos pessoais é o que dá origem aos maus hábitos e o temperamento. Portanto, como é para mudar, para tirar o que tem de ruim, então é necessária a limpeza do coração, a purificação do espírito. Além de estabelecer no espírito quais são as peculiaridades relacionadas a cada uma das oito poeiras espirituais, é muito importante o esforço para pôr em prática o ensinamento.
Neste mesmo episódio n° 123, temos que o mestre Umetani estava fazendo hinokishin e ouviu as pessoas falando mal dele pelas costas, sentindo muita raiva disso. Então, Oyassama orientou dizendo: “Shirobee, o homem é a meta ou Deus é a meta? Deus é a meta.”
Muitas pessoas, aqui presentes, já devem ter tido uma experiência similar em que, mesmo não sendo necessariamente um caso de falar mal pelas costas, acabaram presenciando, vendo ou ouvindo, algo que os incomodaram bastante e que vai na contra-mão do nosso ensinamento, em plena atividade da Tenrikyo, na sua igreja ou na regional. Nessas horas, o sentimento de descontentamento aflora no espírito e acabamos por nos sentir encobertos de poeiras, sendo que fomos fazer uma atividade para pôr em prática o ensinamento e, portanto, deveríamos ter limpado a poeira e não acumulado mais. Nessas horas, gostaria que lembrassem deste episódio para poder pacificar o espírito. O que realmente importa é a sua relação com Deus-Parens. Nos Hinos Sagrados temos: “O que quer que os outros digam, acalmem o espírito, Deus está vendo.” (IV-1) Ou seja, o homem não é a meta, Deus é a meta.
Para finalizar, gostaria de solicitar o empenho de todos para realizarem ou reverenciarem mensalmente a cerimônia mais importante de cada igreja, que é o Serviço Sagrado, de forma que Deus-Parens aceite a sinceridade da sua execução. No dia a dia, fazer o esforço para acumular bons méritos praticando a vida-modelo deixada pela Oyassama, a começar pelos três tesouros, levantar cedo, ser honesto e trabalhador, além de manter sempre o espírito amável para podermos nos empenhar na salvação das pessoas. Ainda, para cortar os maus hábitos e temperamentos, passar os dias concentrando-se em purificar o espírito e, desta forma, vamos caminhar com o espírito alegre e animado neste segundo ano do período de três anos, mil dias rumo aos 140 anos do Ocultamento Físico de Oyassama.
Como já foi anunciado, em julho deste ano teremos a assembleia geral conjunta da Associação dos Moços e da Associação Feminina, em comemoração aos 70 anos de fundação das associações, contando com a honrosa presença do presidente mundial da Associação dos Moços, reverendo Daisuke Nakayama. Gostaria de contar com o esforço de todos em convidar o maior número possível de membros das associações feminina e dos moços para participarem da assembleia comemorativa. Ainda, nos dias 30 de junho e 15 de novembro, será realizado, em cada regional, o 2° e o 3° evento do “Dia de Atividade de Todos os Yoboku” rumo aos 140 anos do Ocultamento Físico de Oyassama. Gostaria de contar com a participação de todos nas suas respectivas regionais, convidando os demais yoboku e seguidores.
Muito obrigado pela atenção.
*é primaz da Sede Missionária, Dendotyo do Brasil