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nosso caminho futuro (final)

Masao Koda

(Substituindo a palestra da cerimônia mensal de maio, houve o Curso para Incentivar a Formação dos Jovens Estudantes - Parte final)


(Continuação da edição de junho)

No  livro Episódios da Vida de Oyassama temos o episódio chamado “A Evolução dos filhos” em que Oyassama disse:

“Não são os filhos que não compreendem. É o ensinamento do Parens que não os alcança. Se o ensinamento do Parens alcançar de canto a canto, a evolução dos filhos será percebida.”

Ela nos transmitiu isso repetidas vezes. Ele nos deu um Caminho para que aqueles que não entendem possam entender, aqueles que não podem ser salvos sejam salvos e aqueles que sofrem também não sofram.

Esta é uma história, mas não sei o quanto meus sentimentos podem ser transmitidos, e acho que, às vezes, você acha difícil transmitir a fé, ou faz cerimônia e se abstém de expressá-la porque é difícil dizer, mas se você não transmitir, não será transmitido. Sinto que é importante chegar a todos os cantos. Acima de tudo, Oyassama nos transmitiu essa história de formação repetidas vezes.

No passado, na palestra do Shimbashira III na Assembleia da Associação Estudantil, temos o trecho: 

“Para fazer a Divulgação e a Salvação, é preciso perseverança.

Se levar tempo, será necessário muito esforço e cuidado. Não importa quanto cuidado você dedique ou quanto tempo leve; acho que a condição mais importante para alguém nesta posição é ser perseverante, paciente e dar tudo de si. Creio que é um pré-requisito.

O mesmo se aplica à formação dos jovens. Se não entender imediatamente, tente duas ou três vezes. Se o filho não entender, explique de forma mais simples e com outras expressões, mesmo que isso signifique mudar a forma como ela se expressa de uma forma que a satisfaça. É extremamente necessário.

Não acho exagero afirmar que isso determinará se haverá ou não a evolução, a formação.” 

O que devemos ter em mente como educadores é que até mesmo Oyassama disse isso repetidamente até que se entendesse. Então precisamos chamá-los pacientemente sem desistir de uma vez, e precisamos ser perseverantes e fazer um esforço para encontrar a melhor maneira de se comunicar a cada momento.

A razão pela qual vim dedicar na Comissão de Encarregados foi porque servi como membro da equipe em um Curso Estudantil.

Minha primeira função foi ser conselheiro, responsável por cuidar diretamente dos alunos. Não pude deixar de ficar ansioso, pois não tinha confiança de que seria capaz de cumprir a tarefa. Quando expressei meus sentimentos ao condutor da igreja superior, ele disse o seguinte. “Você não precisa sentir que vai ensinar-lhes algo ou dar-lhes respostas; apenas esteja perto dos estudantes que recebeu, pense junto com eles se tiverem algum problema e ajude-os a passar a semana juntos”.

No início, pensei que tinha de estar na posição de professor que pudesse responder tudo, mas, em vez disso, aprendi que é importante apoiar-nos uns aos outros e pensarmos juntos sobre as coisas, e assim as minhas preocupações sumiram num instante.

Tendemos a pensar que, por sermos adultos, temos que assumir o papel de ensinar, mas acredito que a melhor forma de compreender um jovem estudante é olhar para ele a partir da sua perspectiva e pensar sobre tudo juntos.

Nesse curso, tivemos a participação de uma menina que vou chamar de Sara, que é uma estudante do terceiro ano do ensino médio, e que participou de uma equipe do Curso Estudantil.

Os membros da equipe dela eram boas pessoas, mas não havia muita cooperação no grupo; havia um problema, uma sensação de estranhamento e constrangimento, especialmente entre meninos e meninas. Como conselheiro, tentei pensar em como poderíamos melhorar o grupo, mas as discussões com os alunos não estavam progredindo e a atmosfera ficou gradualmente pesada.

Após o terceiro dia, a Sara começou a reclamar que seus pés estavam doendo e ela não conseguia andar. Quando foi levada ao posto de primeiros socorros e examinada, ela descobriu que seus dedos estavam sangrando muito, aparentemente devido a unha encravada.

Eu disse a Sara para descansar um pouco porque caminhávamos muito a pé e seria impossível para ela fazê-lo em seu estado atual, mas Sara recusou-se a fazer uma pausa porque queria participar de todas as atividades. Conversei com a enfermeira, e ela disse que poderia se movimentar em cadeira de rodas. Então, a partir daí, iríamos usar cadeira de rodas. Quando voltamos para a equipe, conversamos sobre quem iria empurrar a cadeira de rodas e, depois que todos falaram, ficou decidido que os meninos se revezariam para empurrar a cadeira de rodas.

Antes que percebêssemos, todos estavam se movimentando em torno da cadeira de rodas da Sara e, a partir daí, as conversas entre meninos e meninas começaram a aumentar, e a atmosfera do grupo melhorou gradativamente.

Porém, alunos de outros grupos começaram a perguntar a Sara, por que estava em uma cadeira de rodas, e o que havia de errado com suas pernas, e toda vez Sara tinha que explicar a situação. Então querendo saber se ela estava incomodada com isso, perguntei: “Muitas pessoas perguntam sobre suas pernas, você se incomoda?’’

Então, Sara disse algo inesperado para mim:

“Na verdade, minhas pernas não doem mais e posso andar normalmente. Aí, pensei comigo: Bem, posso andar, e não preciso estar numa cadeira de rodas. Mas, os meninos se revezaram me empurrando e fiquei tão feliz quando todos começaram a se unir e se animar que decidi ficar assim por mais um tempinho”.

Fiquei comovido com sua compaixão por todos. As pessoas ao meu redor conversavam com a Sara, que estava na cadeira de rodas. Claro, estavam preocupadas com ela, mas toda vez que Sara explicava sobre o machucado no pé, se fosse eu, simplesmente queria ficar em paz, mas ela estava mais preocupada com o grupo. 

Ela achou que seria bom para todos do grupo se continuasse a usar cadeira de rodas. Sara pode parecer uma estudante do ensino médio comum da atualidade, mas no fundo, ela é uma estudante do ensino médio transbordante de compaixão.

Infelizmente, naquela época, me incomodava com alunos que usavam maquiagem chamativa e saias curtas, no caso de meninas, ou se fossem meninos, que colocavam as mãos nos bolsos da calça para ficarem legais. No entanto, percebi que é errado julgar os estudantes pela aparência.

Eles são mais honestos e gentis do que eu esperava. A menos que você converse e interaja com eles, não conhecerá suas personalidades.

Creio que devemos ter cuidado para não julgá- los apenas pela aparência.

Nas Indicações Divinas temos:

“O que se chama Caminho, tem que ser transferido desde pequeno (...).” 

Outro dia, quando eu estava tomando banho de Ofurô com minha filha de 8 anos, que tem cabelos compridos, eu estava ajudando ela a lavar o cabelo; mas pensei que não seria bom para ela sempre ter a ajuda dos pais. Então, decidi deixar ela fazer isso sozinha e a encorajei a tentar sozinha. Acabou ficando muito melhor do que eu esperava.

Eu disse: “Você lavou muito bem! Agora vamos fazer o possível para lavá-lo sozinha.’’ 

Ela respondeu: “Sim, como quero entrar no Colégio de Tenri, farei o meu melhor.’’

No início, não entendi por que ela falou do Colégio Tenri, mas logo depois percebi uma coisa.

Foi a conversa com o meu filho mais velho, que está agora no primeiro ano do ensino médio.

Falava sobre as experiências que tive quando estudava na escola secundária em Jiba e morava num dormitório, longe dos meus pais. Aprendi muito e isso se tornou o alicerce, a base da minha Fé. Portanto, eu queria que meu filho mais velho estudasse em Jiba e sempre contava a ele sobre isso de forma interessante.

Minha filha estava ouvindo essa conversa e parecia pensar que um dia seria a mesma coisa com ela. Por isso ela disse: “Farei o meu melhor”, porque sentiu que tinha que fazer tudo sozinha para entrar no dormitório.

Como pai, me senti muito feliz. Porém, só porque a criança está interessada, não podemos simplesmente deixá-la sozinha. É importante continuar transmitindo pacientemente mensagens para que continuem querendo ir.

Eu acho que só quem já viveu isso consegue transmitir esse encanto.

Acredito que somos nós, os educadores, que trilhamos o Caminho a trilhar, que podemos transmitir aos estudantes a alegria da fé e o encanto dos ensinamentos.

O Shimbashira falou da seguinte forma na Assembleia da Comissão dos Encarregados dos Estudantes: “Provavelmente não há só coisas boas ao longo do Caminho. Há dias em que, por mais que acumulemos esforços, não vemos nenhum resultado, e há dias em que o espírito não se anima. No entanto, o Caminho continua por todas as gerações; havendo continuidade é que se chama Caminho. Deus-Parens está nos ensinando que a alegria da fé está nessas palavras.

Sem importar quais sejam as circunstâncias de geração a geração, o fruto da determinação espiritual à devoção única a Deus sempre será transmitido à próxima geração. Ansiosos por isso, estamos conectando o caminho para a vida plena de alegria para as gerações vindouras, e cada um de nós tem a função desse elo. Seguindo em frente o Caminho ensinado pela Oyassama e os desejos de Deus-Parens, continuaremos a nos ligar até que o mundo desejado por Deus-Parens se torne realidade”.

Podemos nos sentir desanimados quando as coisas não saem como esperávamos ou ficamos ansiosos porque as coisas demoram a avançar, mas, ao seguirmos esse Caminho que foi passado de geração a geração, aprenderemos a desfrutar a alegria da fé; gostaria de me ligar a vocês para trilharmos juntos este Caminho.

Penso que formar e desenvolver pessoas é uma missão que consome muito tempo, mas temos na Instrução 4: 

“Herdando essa fé, de pais para filhos, de filhos para netos, cada passo acumulado se torna a ligação do Caminho por todas as gerações.”

Como nos foi instruído, sinto que é muito importante para o desenvolvimento dos recursos humanos assimilar e acumular os ensinamentos de Deus, um por um, e transmitir a fé aos jovens que liderarão a próxima geração.

Creio que devemos reservar valiosos momentos para compartilhar a alegria da fé com nossos jovens estudantes, e aguardar esperançosos o futuro reservado a eles, enquanto trabalhamos juntos para desenvolver e formar essa geração de jovens estudantes.

Peço que continuem a transmitir essa inabalável sinceridade aos estudantes, e nos ajude a desenvolver os jovens e estudantes a tornarem-se Yoboku importantes do nosso Caminho futuro.

Aqui encerro a minha palestra. Muito obrigado!

*é chefe do Departamento de Recursos Humanos da Comissão dos Encarregados dos Estudantes da Sede