Em 2024, segundo ano de dedicação rumo aos 140 anos do ocultamento físico de Oyassama, vivi uma série de desafios que me levaram a refletir profundamente sobre minha conduta e meus objetivos, tanto no Caminho quanto na vida pessoal.

Esse foi o primeiro ano em que exerci a presidência do Departamento das Moças (Joshi), o que me trouxe a oportunidade de crescer em várias áreas. Precisei desenvolver habilidades para planejar e organizar eventos, além de lidar com a responsabilidade de liderar e representar o departamento. Tudo isso, enquanto concluía meu último ano de graduação em Psicologia, enfrentando os desafios do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e dos estágios obrigatórios, que exigiam relatórios e dedicação intensa. 

Graças ao apoio da diretoria do Joshi e da Associação Feminina, foi possível realizar eventos maravilhosos e alcançar os objetivos previstos na nossa agenda, o que trouxe um sentimento de realização e gratidão.

Os lemas do Departamento das Moças: frequentar a Igreja, praticar o Hinokishin, e, realizar a divulgação, me acompanharam ao longo do ano. Mesmo diante das dificuldades, fiz o possível para colocá-los em prática, usando-os como bússola para guiar minhas ações e decisões. Surpreendentemente, este foi o ano em que mais compartilhei sobre a Tenrikyo com outras pessoas, de forma natural e espontânea, especialmente com amigos e colegas dos estágios. Isso reforça o que é mencionado na Instrução 4: “O Yoboku (...) deve se empenhar na divulgação a partir das pessoas próximas, como da família e do local de trabalho”.

Na Psicologia, sob a perspectiva fenomenológica-existencial, aprendemos que os desafios da vida podem ser a fonte de crescimento. A angústia, frequentemente percebida como sofrimento, também pode abrir caminhos para reflexões profundas, permitindo que o indivíduo se aproxime de sua essência. Essa visão ressoa com a Indicação Divina de 12/05/1889: “Sah! Sah! Nó é nó, deve haver nó, do nó sai o broto”. 

Enfrentar nós no Caminho é inevitável, mas são eles que nos ajudam a crescer e a nos aproximar da intenção de Deus-Parens.

Houve momentos, ao longo do ano, em que questionei a minha fé e a minha competência profissional, sentindo o peso de conciliar tantas responsabilidades. A autocobrança era constante, mas consegui superar esses desafios um a um. 

Um exemplo marcante foi o dia em que precisei escrever grande parte da discussão do meu TCC no Aeroporto de Viracopos. Durante uma espera de seis horas pelo voo para Belém, usei o tempo para finalizar o texto que precisava ser entregue ao orientador até o fim da semana. Esse esforço foi recompensado com elogios durante a defesa do trabalho, indicando que Deus-Parens estava coordenando tudo para que as peças se encaixassem de maneira harmônica. 

Outro ponto essencial foi o acompanhamento psicoterapêutico que me ajudou a validar minhas dificuldades e a encontrar estratégias para lidar com elas. Além disso, a terapia fortaleceu minha fé, mostrando como cada desafio pode ser uma oportunidade para crescimento espiritual.

Apesar das dificuldades, também tive momentos de muita alegria e aprendizado. Conhecer a Igreja Tenrikyo Amazônia foi uma experiência marcante, assim como experimentar a culinária regional e realizar um evento tão especial como o 1º Encontro de Jovens do Norte. Outro momento inesquecível foi a confraternização com o rev. Daisuke Nakayama, presidente mundial da Associação dos Moços, ao lado da diretoria do Seinenkai e do Joshi, que reforçou meu sentimento de gratidão e renovou minhas energias.

Ao encerrar este ano, consigo enxergar que todos os desafios enfrentados foram acompanhados de grandes privilégios e aprendizados. Essas experiências não só fortaleceram minha fé e minha conexão com Deus, como também me prepararam para os novos desafios. Com gratidão no coração, sigo confiante de que, com o apoio de Oyassama e Deus-Parens, estarei pronta para superar os obstáculos e transformar cada experiência em aprendizado e evolução.

*é presidente do Departamento das Moças e yoboku da Igreja Paineira