626 Ago 2023_Editorial
Salvando-se mutuamente
Eduardo Y Otake
"Salvando os outros, estará salvando a si mesmo.”
Certamente, este deve ser o verso da Escritura Divina mais lembrado pelos seguidores do Caminho, mesmo porque é a base prática do ensinamento para poder atingir o objetivo da vida plena de alegria e felicidade. Então, qual é a dificuldade de desfrutarmos a vida feliz?
O corpo tomado emprestado de Deus-Parens por cada um dos seres humanos tem a magnificência de suas providências. Contudo, o corpo somente é vivificado, complementando-se com a alma humana e o espírito. Podemos dizer que são as três unidades essenciais da vida humana, dos instrumentos para a construção da vida plena de alegria e felicidade.
A natureza humana, através de sua conduta livre, após lhe ser concedida a razão, a fala e a escrita, pôde caminhar efetivamente rumo à concretização do mundo idealizado por Deus. Isto é, o ser humano, dedicando-se ao aprimoramento do respectivo espírito, de geração em geração, veio balanceando suas heranças de méritos e virtudes.
Considerando a imensidão deste planeta, as distâncias intercontinentais, as divisões políticosociais, as diferenças raciais, de credos e culturais, entre outros, há de se compreender os desconfortos causados pelas atitudes de intolerância advindos dos mais diversos e variados preconceitos. Estas atitudes controversas à natureza plantada por Deus-Parens são, a princípio, difíceis de serem compreendidas e aceitas pelas pessoas, notadamente por elas terem vivências diferentes uma das outras e, sobretudo, pelas divergências de seus ideais. Porém, por mais difícil que seja o nosso aprendizado e por mais longínquo que pareça estar a vida de plena alegria, não se justifica esquecer das palavras divinas “salvando os outros, estará salvando a si mesmo”.
Nós estamos, de certa forma, acostumados a viver sob um regimento de leis para o bem-estar social. Entretanto, existem muitos decretos que são instituídos para controlar algo que deveria ser normal em uma conduta comunitária, a exemplo daqueles direcionados a idosos, crianças, deficientes, programas sociais, etc. Será que é por estarmos nos distanciando dos sentimentos de boa ação que são necessárias as imposições dessas regras? E quantos já não usufruíram desses benefícios? Refletindo, como são as nossas ações no dia a dia?
Então, vamos observar o cotidiano da família; os espíritos individualizados de cada membro são diferentes. Acredito que a família que busca a harmonia consegue compreender, aceitar e se alegrar pelas diferenças impostas pelas opções de vida que cada membro entende ser correta. Mas, não creio que as tarefas no íntimo desta família sejam fáceis, como uma grata coincidência de valores. Ao olhar cuidadosamente, tem-se que todos se dedicam à sucessão das gerações, se esforçam na limpeza das poeiras espirituais e são gratos a Deus-Parens, por conceder-lhes a presente predestinação de vida.
*é editor-responsável deste Jornal e condutor da Igreja Bauru