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os tesouros da vida
O mês de janeiro nos proporciona a alegria da chegada de mais um novo ano, repleto de esperanças, sonhos e expectativas. E para nós, seguidores deste Caminho, o mês de janeiro se reveste de um significado muito especial, pois, no dia 26, é celebrada a Grande Cerimônia, relembrando o ocultamento de Oyassama que, há 139 anos, deixou o convívio físico, passando à razão de viva presença para a salvação de toda a humanidade.
Todos nós vivemos sob infinita benção e proteção de Deus-Parens que nos ampara dia e noite, incessantemente, em todos os momentos da nossa vida.
Vivemos sob tão intensa abundância dessa graça que, com o decorrer do tempo, acabamos nos acostumando a essa situação e passamos a pensar que tudo faz parte da normalidade, da nossa rotina do dia a dia. E cada dia que passa nos parece um dia comum, um dia normal, um dia igual ao outro.
Porém, nós temos a oportunidade de reafirmar a certeza de estarmos sendo protegidos e abençoados por Deus, e renovar nosso sentimento de gratidão e alegria por isso quando recebemos aquelas pequenas orientações no nosso corpo, ou quando enfrentamos os momentos de dificuldade que constituem os nós da nossa vida, ou ainda, quando celebramos um evento festivo ou uma data relacionada com a nossa fé, como o dia da cerimônia mensal, a data da revelação divina, a data do ocultamento físico de Oyassama.
Essas datas tornam-se especiais, na medida em que nesses dias podemos fazer a reflexão e autocrítica a respeito do nosso estágio atual de maturação espiritual, avaliando tudo aquilo que fizemos ou deixamos de fazer no passado, para planejar, estabelecer novos rumos e ajustar nossos passos para a caminhada no futuro.
No livro Episódios da Vida de Oyassama, “178. O corpo é a base”, encontramos as seguintes palavras proferidas por Oyassama:
“Havendo a vida há a semente das coisas. O corpo é a base. O dinheiro é secundário. Se alguém gritar: ‘Incêndio!’ – todos salvarão o que puder; porém, não haverá quem o faça sem se importar que o próprio corpo se queime. Será o mesmo nas grandes inundações. Quando entrar um assaltante, entregarão todo o dinheiro, mesmo contra a vontade, porque a vida lhes é mais preciosa.
Quando se sofre, acontece o mesmo. É preciso salvar o corpo, desfazendo-se logo do secundário, sem mesquinhar. Todavia, se o espírito de mesquinhez for forte, será justamente como salvar o dinheiro sem se importar em morrer queimado. Mesquinhando, salva-se o dinheiro e o tesouro, e perde-se a vida. Isto é o resultado da sua própria escolha. Salvar-se de um sofrimento usando o secundário, significa a razão da transformação da grande desgraça para pequena dificuldade. Compreenda bem.”
Assim, nessa lição, Oyassama nos ensina que na nossa vida existem coisas principais e essenciais. E existem, por outro lado, aquelas secundárias e dispensáveis. Devemos sacrificar as coisas desnecessárias para podermos permanecer com as essenciais. Quando nos encontramos em uma emergência e perigo, conseguimos, instintivamente, distinguir o que é principal daquilo que é secundário. Costumamos dar muito valor aos bens materiais, como o dinheiro que possuímos. Apesar disso, ninguém ficará pensando em salvar o dinheiro enquanto seu corpo estiver sendo queimado em um incêndio, ou estiver se afogando, ou estiver sendo assaltado, correndo o perigo de vida.
Porém, em outras situações, quando o perigo não é tão iminente, apegamos-nos demais aos bens materiais, e nos esquecemos daquilo que é essencial para a nossa felicidade. Para sermos felizes é necessário nos desprendermos desses bens que são secundários. Levar uma vida de sofrimento, apegando-se apenas às coisas secundárias é o mesmo que perder a vida em um incêndio, tentando salvar o dinheiro que possui.
Na realidade, aquilo que é dispensável é exatamente aquilo que é passageiro, que tem curta duração, como a riqueza, o dinheiro e outros bens materiais e comodidades, que não podemos conservar para sempre.
Por outro lado, o que é mais importante para nós é aquilo que é permanente, duradouro e eterno. É aquilo que jamais perderemos. São as virtudes que acumulamos no espírito que Deus concedeu a cada um. Assim, o que interessa, na realidade, não é o dinheiro ou os bens materiais que possuímos, mas, sim, a maneira como devemos utilizá-los para nos relacionarmos com os nossos próximos, e a partir daí, enriquecer o espírito com virtudes e méritos. A riqueza e o dinheiro não terão qualquer valor se eles não puderem nos enriquecer espiritualmente, se eles não puderem promover a nossa evolução espiritual.
Então, devemos encarar cada dia que antecede os 140 anos do ocultamento físico de Oyassama como uma oportunidade que Deus nos concede, abrindo a porta que dá acesso a muitas possibilidades, muitas opções e experiências. Porém, jamais deveremos esquecer que o nosso objetivo principal é a nossa evolução e maturação espiritual, para contentar a Deus-Parens e Oyassama.
Então, de todas as experiências que poderemos desfrutar nesse período, devemos sempre procurar aquelas que permitem acumular virtudes e méritos no nosso espírito. São as atividades de salvação, hinokishin, divulgação e o cumprimento das nossas determinações espirituais. E devemos dedicar a essas atividades o máximo de empenho e esforço, para que não nos arrependamos, para que não fiquemos com o remorso da oportunidade perdida, quando, após terminado o prazo, a porta do próximo decenário de Oyassama se fechar diante de nós.
(Jornal Tenri)