629 2023.Nov_Assembleia geral do Yonomotokai

ASSEMBLEIA GERAL DOS FIéis

No dia 7 de outubro, recebendo de regresso cerca de 1000 fiéis e seguidores, foi realizada, com grande entusiasmo, a Assembleia Geral da Associação dos Fiéis do Brasil, na Sede Missionária, Dendotyo do Brasil.

Antecedendo a Grande Cerimônia de outubro e com a retomada do tradicional evento Festival Tenri Matsuri, a Sede Missionária ficou repleta de alegria, com a chegada das sucessivas caravanas de fiéis.

A partir das 15h00, no Recinto de Reverência, inicialmente, foi realizado o ensaio do Serviço Sagrado, através de treze trocas, do Hino Yorozuyo ao Hino XII, dando oportunidade a muitos associados, de 22 regionais, subirem ao tablado principal para executarem a Dança das Mãos.

Na sequência ao ensaio, houve dois relatos de experiência (veja resumo na página ao lado) de duas Yoboku: senhora Elza Naomi Yoshida, da Igreja Três Barras, e a senhora Eiko Yaschiro, condutora da Casa de Divulgação Aozora (Igreja Campinas). 

Ao final, o Primaz fez a saudação, explicando sobre a atividade do Yonomotokai:

“É um momento de praticarmos o ensinamento. O ideal é que pratiquem, mesmo dentro do cotidiano de cada um, mas como somos todos seres humanos, acabamos por, não digo esquecer o ensinamento, mas “deixamos o ensinamento de lado”. Portanto a atividade nas regionais serve para reanimar o nosso espírito e fazer com que possamos pôr os ensinamentos em prática, mesmo dentro do corre-corre do nosso dia a dia. Ainda, como é uma atividade regional, é bom, principalmente, para as pessoas que moram longe da igreja a que cada um pertence.”

À noite, na área do estacionamento, foi realizado o tradicional Festival Tenri Matsuri, retomando o evento paralisado por conta da pandemia do novo coronavírus, e aberto ao público externo. Dezenas de barracas ofereceram variados pratos de alimentos e a festa foi animada com diversas apresentações de palco: taiko, Brass Band, karaokê, entre outros.


Depoimentos

espírito de satisfação sincera

Elza Naomi Yoshida

Sou filha mais velha de 5 irmãos, de pai imigrante japonês e mãe nissei.

A minha busca por novos conhecimentos religiosos iniciou-se exatamente durante o curso para eu receber o sacramento da Crisma da Igreja Católica.

Desde o princípio, eu e meus irmãos fomos encaminhados a receber conhecimentos e seguir os ensinamentos da Igreja Católica. Fui batizada e já havia recebido a Eucaristia; restava concluir o terceiro sacramento que é a Crisma. Entretanto, por estar insatisfeita com as explicações doutrinárias, fui à busca de novos conhecimentos.

Mas, um fato marcou esta fase da minha vida: o repentino falecimento de minha mãe, aos 45 anos de idade. Na época, eu estava com 21 anos e minha irmã caçula, com 11 anos. 

Foi um período difícil e eu e meus irmãos passamos por muitos problemas de relacionamento de pai e filhos. E eu me questionava incansavelmente: Por que uma pessoa saudável, querida, prestativa e amorosa veio a nos deixar repentinamente?

Logo após o meu casamento, fiz o Koshu (Curso de Doutrina de Tenrikyo) e Shuyokai (Seminário de Formação Espiritual). Durante o curso, uma professora me disse: Você só compreenderá e aceitará o retornamento (falecimento) quando tiver o espírito de tanno. Ela simplesmente disse: Tanno é o espírito de satisfação sincera.

Não foi algo fácil de se ouvir e compreender. Eu me questionava: O que vem a ser o espírito de tanno na situação de um retornamento? 

A muita custa, compreendi que Oyassama me concedeu 21 anos de convivência com minha mãe. Foram 21 anos de orientação. 

De fato, a missão dela estava cumprida sim. Me faltou, sim, o espírito de tanno pelos 21 anos.

Não existe algo mais importante na minha vida a não ser o espírito de tanno, em tudo que me rodeia e vivencio. 

Não é algo simples. O entendimento e a compreensão do espírito de tanno dependerá da minha maturidade espiritual.

A alegria de renascer em vida

Eiko Yaschiro

No mês de julho passado, recebi a indicação para ministrar aulas no curso de Formação Espiritual, Shuyokai. Com gripe, no terceiro dia fiquei sem condições de dar aulas. No dia, só consegui pegar o celular e pedir ao meu marido Susumu que viesse me buscar. A partir daí, apaguei e quando acordei, já estava no hospital, entubada. Estava com gripe Influenza e Pneumonia. O comprometimento do pulmão chegou a quase 80%. Pensei comigo por quanto tempo meu pulmão e o coração iriam aguentar... 

No primeiro grande nó da vida, há doze anos, fui salva de um câncer linfático; senti que evoluí muito pouco na fé e compreendi que este era mais um grande nó pelo qual eu tinha que passar.

Fiquei com medo de dormir e não acordar mais... Então, me dirigi a Oyassama e lhe supliquei que não me levasse ainda, que me desse mais um tempo de vida. Refleti sobre o que vim fazendo desde então e, sobretudo, sobre o que não tenho feito. Depois disso, me acalmei; o nervosismo e a ansiedade deram lugar à paz e à serenidade, e eu finalmente consegui adormecer.

Então, algo maravilhoso aconteceu, comecei a reagir. A condição pulmonar começou a melhorar. Uma vez extubada, começou uma nova batalha. Por incrível que pareça, tive que reaprender muitas coisas, a respirar, falar, comer, beber e andar. 

Um fisioterapeuta me disse: Eu vou te ensinar a respirar. Inspira pelo nariz e solta pela boca... A minha boca ficava seca. Quando a minha filha veio, pedi um golinho d’água que fosse. Ela encharcou uma gaze e disse para mordê-la. Foi o gole de água mais delicioso que eu já tomei na minha vida... Ao me levantar pela primeira vez da cama, eu não tinha pernas! Naquele momento, fiquei abalada, pensando em ficar dependente pelo resto da vida.

 Hoje, passados mais de dois meses de alta hospitalar e sessões de fisioterapia, foram muitas graças recebidas, graças às orações de muitas pessoas e o apoio dos meus familiares e da igreja. 

Agora, fica a pergunta: O que devo fazer? O que devo oferecer a Oyassama em retribuição? 

Embora eu não saiba por onde começar, sinto-me profundamente agradecida por estar neste Caminho e poder receber tão valiosos ensinamentos!