643 2025.jan_meu cotidiano
flores do caminho
Elisabeth Hiroe Nakamura
Minha família é produtora de flores, mais especificamente de orquídeas cymbidium.
Espero que todos estejam apreciando as flores que ornam o altar da Oyassama, em todas as cerimônias mensais!
Antes de produzir flores, os pais do meu marido produziam frutas. Mas passaram por muitas dificuldades e era um trabalho bastante árduo. Preocupados com o futuro do filho, eles conseguiram um estágio, através de um amigo, num sítio que produzia orquídeas, no bairro do Itapeti, em Mogi das Cruzes/SP. Assim, meu marido passou a morar um tempo nesse sítio, onde aprendeu a cultivar orquídeas. Mais tarde conseguiu um estágio no Japão e pôde aperfeiçoar a técnica do cultivo. Graças a esse esforço, conseguiu dar um pouco mais de conforto e tranquilidade aos pais.
Meu marido começou a produzir orquídeas na época em que começamos a namorar. Acabei aprendendo um pouco do cultivo, pois somente assim tínhamos tempo para ficarmos juntos.
Nos casamos e tivemos 4 filhos. Eles participam ativamente da igreja e das atividades da Associação Infantojuvenil.
Desde nova, eu sempre fui criada e orientada conforme os ensinamentos da Tenrikyo e, os relacionamentos mais próximos que eu tinha eram com pessoas da Tenrikyo. Casar com uma pessoa que não conhecia os ensinamentos e morar junto com os sogros, no começo, foi bastante confuso e desafiador. As divergências de valores, as atitudes e a forma de lidar com determinados assuntos muitas vezes me faziam entrar em conflito.
Conversando sobre estes assuntos com o meu pai, ele me disse: “Tudo o que os seus sogros disserem, você deve concordar. Se eles disserem que o ‘preto é branco’, concorde com eles. O mais importante é estar sempre em harmonia. Faça ‘tanno’, tenha satisfação sincera.” Mas confesso que não consegui fazer bem isso na época.
Durante todo esse período, até hoje, passamos por inúmeras adversidades e, em vários momentos, Deus-Parens mostrou sua onipotência e a sua proteção.
Certa vez, houve uma queimada na mata próxima ao sítio, que veio se alastrando pelo fundo da propriedade. Imaginando que o pior poderia acontecer, eu e meus filhos fizemos urgentemente o Serviço de Solicitação; paralelamente, o meu marido e os funcionários fizeram de tudo para que o fogo não invadisse nossa propriedade. No dia seguinte, conversando com o vizinho, ele relatou que nem deu tempo dele salvar o trator, perdendo a plantação e o trator. Quando o fogo estava para atingir a estufa de orquídea, o vento mudou de lado e o fogo seguiu em outra direção.
Em um outro episódio, caiu uma chuva de granizo muito forte em toda a região. No sítio vizinho, que fica a menos de 1 km, o chão ficou coberto de gelo. Ainda, no sítio de um amigo, a estufa veio abaixo por causa do peso do gelo. Por outro lado, em nosso sitio, não caiu sequer uma gota de chuva.
Acreditamos que Deus-Parens tenha protegido nossas flores que são oferendadas mensalmente na cerimônia mensal da Sede Missionária.
Mas, acredito que esse mérito é graças às virtudes da dedicação de meus pais, que há quase 20 anos fizeram a determinação de oferendar as flores mensalmente ao Dendotyo. Eles caminhavam por todo o sitio para escolherem as melhores flores de oferenda; hoje, com a idade avançada e algumas limitações, já não conseguem fazer isso. Mas, o mais importante é que eles nos ensinaram a importância de abrir e deixar o caminho traçado para as próximas gerações e, assim, poder acumular virtudes.
Graças a essa determinação dos meus pais, vimos procurando acumular virtudes, para conseguirmos sentir na prática a proteção de Deus-Parens.
Elizabeth Hiroe e Sérgio Hideyoshi Nakamura, Yobokus da Igreja Tsu Hakuryu