628 2023.Out_Palestra

gratidão à oyassama

Harumi Kataoka

Bom dia a todos aqui presentes, que reverenciaram a Cerimonia Mensal do mês de setembro da Sede Missionária.

Desde o início deste ano, sentimos a Sede Missionária mais animada e alegre, pois voltamos a realizar todas as atividades de forma presencial. Ontem, houve o encerramento do Curso de Três Dias, e, após quatro anos suspenso, também foi realizado o Curso para Diretoras de Igrejas, quando foi estudado o papel da mulher como base do caminho.

Neste momento, estou ocupando um posto predominantemente masculino e sinto a base tremer. Percebo quão melhor é ficar aí embaixo, na plateia. Bem, gostaria de cumprir a minha missão, compartilhando um pouco da minha história. Solicito alguns minutos de sua atenção.

Dos três anos, mil dias rumo à celebração dos 140 anos do ocultamento físico da Oyassama, período em que determinamos evoluir espiritualmente, já se passaram nove meses.

Como não tenho muitas lembranças dos decenários anteriores, penso que eu mesma não havia me esforçado o suficiente para ter algum fato marcante.

Como condutora de igreja, é o meu segundo decenário. Como é uma época significativa para buscar o aprimoramento espiritual, se não nos atentarmos em colocar em prática as nossas determinações espirituais, rapidamente chegaremos à data da celebração.

Lembro-me que tínhamos uma pequena caravana de regressantes na época da celebração dos 130 anos do ocultamento físico da Oyassama, em janeiro de 2016. No entanto, estava faltando o principal, o presente para Oyassama. No meu entender, a cada regresso a Jiba, devemos levar ao menos um presente para Oyassama, que seria um regressante para se tornar um novo yoboku ou alguém para participar de um dos cursos que são ministrados na Sede da Igreja.  Faltando alguns meses, uma pessoa tocou a campainha da igreja. Era uma senhora, que veio acompanhada da filha e disse: “Estava comentando com a minha filha que eu estava procurando uma igreja de origem oriental para frequentar, mas a que eu conheço fica um pouco distante de minha casa. Então a minha filha me disse que no meio do caminho para a minha casa tinha uma.” Elas entraram para conhecer e informei sobre a cerimônia mensal que seria naquela semana.

Fiquei feliz por ela ter comparecido na cerimônia mensal.

E, justamente, o assunto do momento era o regresso a Jiba. Ela, ouvindo sobre a viagem, logo se interessou, pois tinha muita curiosidade e desejo em conhecer o Japão. Logo fiquei muito empolgada. Pensei comigo, Deus-Parens tão rapidamente colocou em minhas mãos um presente para Oyassama.

Assim que a empolgação passou, pensei se ela não estaria confundindo o regresso a Jiba com uma viagem de turismo. Todos estávamos indo para uma missão religiosa e eu, principalmente, havia recebido uma importante incumbência do Primaz, rev. Yuji Murata, de ministrar aula da Vida de Oyassama no curso de Habilitação para Mestre do Caminho.

Na primeira oportunidade, conversei com ela e expliquei o real motivo e ela simplesmente respondeu: “É para isso que quero ir; estudar e conhecer melhor sobre o ensinamento.”

Passados quase dez anos, até hoje, ela tem realizado a divulgação e a salvação, conduzindo várias pessoas à igreja.

Apesar de não haver metas em números neste decenário, sinto que há uma maior responsabilidade na caminhada em relação aos decenários anteriores. A mensagem da Instrução 4 diz para que cada Yoboku realize a sua evolução; cada qual de sua forma, aproximar-se, na prática, do ensinamento da Oyassama.

Para mim, ser condutora é exercer uma função em tempo integral. De dia ou à noite, estamos nos dedicando para levar um pouco de conforto espiritual, abrandar o sofrimento ou a dor do nosso próximo, diferente do trabalho voluntário, em que a pessoa oferece o seu tempo de trabalho por um período determinado. Em ambos os trabalhos, não há remuneração em dinheiro; nesta questão, penso que são parecidos.

Dizem que não é a pessoa que escolhe ser condutor, mesmo que queira; dizem que somos escolhidos por Deus para sermos um instrumento de Oyassama no cuidar do ser humano, ajudar na salvação espiritual. 

Oyassama, no episódio 78. Residência dos Afortunados, do livro Episódios da Vida de Oyassama, explana o seguinte a Kiku Massui: “Se as pessoas que estão na Residência desejarem comer coisas boas, vestir-se bem e morar numa casa boa, esta será a Residência impossível de permanecer. Basta não pensarem em comer coisas boas, vestir-se bem e morar numa casa boa, e será uma Residência em que nada faltará. Esta é a Residência dos afortunados do mundo. “

Podemos dizer que nós, que moramos na Igreja, recebemos a excelente graça e, ainda, temos a oportunidade de limpar as poeiras espirituais executando o Serviço Sagrado. Temos que considerar que é o melhor lugar para se morar.

Parece fácil e maravilhoso, mas em todos os caminhos há dificuldades. Mas, no desejo de superar os desafios com ânimo e entusiasmo, refletindo sempre sobre a vida-modelo da Oyassama, procuramos nos tornar, cada vez mais, um melhor ser humano.

No meu caso, assumi a condução da igreja com o retornamento inesperado do condutor anterior. Na verdade, acredito que na hora de responder ‘sim’, não fazemos ideia do que vamos enfrentar adiante. Se pensar que é difícil, será difícil e penoso, mas se pensar que é fácil, será fácil.  Todos os dias é o plantio de uma semente; então, devemos procurar plantar as sementes de alegria.

Hoje, com a compreensão um pouco melhor sobre o propósito de Deus-Parens, no relacionamento pessoal, estou conseguindo conduzir os trabalhos da igreja e, também, a missão da Sede Missionária, com muita gratidão pelas excelentes providências divinas diárias, pela orientação da Oyassama e dos fiéis colaboradores da igreja; sem eles nada seria possível.

O meu dia a dia resume-se em três pessoas morando na igreja. Eu, minha sogra com quase 90 anos, e uma tia, irmã caçula de minha mãe, com quase 94 anos e necessitando de alguns cuidados diários. Entre todos os afazeres da igreja, procuro agradecer a Deus-Parens, em primeiro lugar, pela minha saúde em poder me locomover sem qualquer problema.

Modestamente, tento cumprir minhas missões aqui da Sede Dendotyo, na cerimônia mensal da igreja, três cerimônias mensais de casas de divulgação e mais três em residências.

Os afazeres domésticos têm me ocupado quase que a metade do dia, principalmente o relógio biológico das senhoras idosas que anuncia a hora das três refeições. Após a arrumação da cozinha, logo vem o horário da retirada das oferendas e a limpeza do altar. Graças à ajuda de minha cunhada,que vem de manhã, a começar pela limpeza do altar, colocação das oferendas e Serviço; na limpeza da tarde; e no Serviço vespertino. Ainda, com os dedicados fiéis, o Serviço diário sempre é realizado completo.

Com tudo isso, tenho me questionado sobre a missão mais importante, que é fazer a divulgação e salvação. Estava deixando em segundo plano uma determinação que havia feito quando recebi o dom do Sazuke. Eu havia determinado que, a partir do recebimento do dom do Sazuke, minhas mãos seriam utilizadas para ajudar o próximo.

Na mensagem do Primaz Mundial, lida na 105ª Assembleia Geral da Associação Feminina, em Jiba, em abril deste ano, ele diz: “O decenário de Oyassama, estimada como a mãe da vida-modelo, teve início, evidentemente, quando Oyassama ocultou-se fisicamente, em 26 de janeiro de 1887, encurtando 25 anos de sua vida determinada para apressar a evolução espiritual dos seus queridos filhos. Mesmo após ocultar o seu corpo físico, Oyassama continua incessantemente a nos orientar e a trabalhar com a razão da viva presença. Para corresponder a esse amor maternal de Oyassama, devemos nos esforçar em evoluir o espírito e demonstrar, mesmo que em pequenas atitudes, o nosso crescimento, pois esse é o significado de celebrar as cerimônias decenárias.

A evolução espiritual deve ser sempre uma prioridade em nossos corações. No entanto, em meio à correria diária do trabalho e da vida cotidiana, pode ser que deixemos a busca dessa evolução para segundo plano.”

Essa orientação, para mim, foi como se caísse um balde de água fria sobre a minha cabeça. O grande amor parental do primaz mundial me fez refletir que, mesmo em meio às atribulações diárias, é possível fazer algo para evoluir, mesmo que modestamente.

Segundo a leitura da Instrução 4: “De modo a corresponder a esse amor maternal, cada yoboku deve avançar concentradamente no caminho da evolução espiritual elevando a consciência como instrumento da Oyassama. Esse é o significado de celebrar as cerimônias decenárias de Oyassama.”

Desta forma, coloquei-me, como yoboku, à disposição de Oyassama.

Oyassama tem trabalhado muito, todos os dias, após Serviço da manhã, quando executamos seis hinos diariamente. Oyassama tem me orientado sobre a missão do dia e percebo quão grandioso e gratificante é o seu trabalho. Sabemos que através da ministração do Sazuke não só podemos salvar pessoas, mas também receber a salvação.

Por fim, gostaria de compartilhar mais um episódio. Sobre a senhora A, que fez o primeiro regresso a Jiba, tornando-se Yoboku, por ocasião da minha posse como condutora, e, desde então, ela vem fazendo a condução diária no Serviço da manhã. Há muitos anos, ela faz o tratamento de câncer na mama, que graças a proteção de Deus-Parens não tem evoluído. Recentemente, foi detectado um nódulo na tireoide e iniciou o tratamento de radioterapia. 

Na mesma época, uma outra senhora, que igualmente fazia a condução diária à igreja, tinha uma cirurgia marcada. Então senhora A passou a  ministrar o Sazuke a ela até a data da cirurgia. Após alguns dias, a senhora A veio com a notícia de que o médico havia suspendido com o tratamento, pois o nódulo havia desaparecido. Tenho certeza de que Deus-Parens e Oyassama aceitaram a sincera dedicação de salvar o próximo para receber a própria salvação.

No meu regresso a Jiba, no próximo mês, para a Grande Cerimônia de Outubro, levarei para Oyassama um presente de gratidão: esta senhora estará regressando juntamente para agradecer a graça recebida.

 Gostaria de caminhar juntos com todos, nesta época oportuna da salvação mundial, com a consciência de que com a união espiritual de todos os Yoboku podemos fazer um grande trabalho e assim contentar a Oyassama eternamente viva, regressando a Jiba com muitos presentes de alegria.

Muito obrigada!


*é diretora da Associação Feminina e condutora da Igreja Rikuhaku Osasco