Paulo Haruo Kondo
A capacidade do ser humano de transformar coisas é extraordinária, não é? É só olharmos à nossa volta.
Entretanto, por mais orgulho que o ser humano tenha de si mesmo, Oyassama sempre alertava as pessoas dizendo que “este não é o caminho que pode ser trilhado com a mente humana. É o caminho que se forma pela lei da natureza”.
No livro Episódios da Vida de Oyassama, 17. Lei da natureza, diz que este caminho não é constituído pela força ou inteligência humana. O mundo e os seres humanos foram criados por Deus-Parens e recebem as suas providências. É o caminho em que tudo está de acordo com a intenção e o desejo de Deus-Parens.
O ser humano é dotado de uma inteligência, diferentemente de outros seres vivos. O homem sempre buscou a razão de tudo. Tem a curiosidade de saber e explicar como tudo funciona. De tão complexo, foram separados por áreas de estudos: Economia, Biologia, Filosofia, Física, Matemática, etc. Não há nada de errado nisso, é apenas o caminho da mente humana, da razão humana.
Um filósofo do século XVII, chamado Isaac Newton, observando os fenômenos da natureza, elaborou uma receita conhecida como a terceira Lei de Newton, popularmente chamada de “lei da ação e reação”: “A toda ação, há sempre uma reação oposta e de igual intensidade”. Em outras palavras, se você empurra um carro, o carro também empurra você com a mesma força. Para muitas coisas que acontecem na natureza, essa lei explica muito bem, inclusive usa-se muito nos dias de hoje para refletirmos algumas atitudes humanas. “Aqui se faz, aqui se recebe” parece ser uma variação desse pensamento, que conhecemos também por causa e efeito ou causalidade. Assim, a mente humana se acostumou a arranjar uma explicação para tudo que acontece. Faz parecer que podemos resolver qualquer tipo de problema na vida através de uma simples fórmula mágica ou de um remédio mágico.
A ciência de Newton, funciona muito bem na Mecânica Clássica, mas não é muito útil na Mecânica Quântica de Einstein. Na natureza, Einstein observou que há muitos acontecimentos aleatórios, ao acaso, com uma pitada de incerteza, que ainda não é possível explicar por que isso acontece; apenas observar.
Leonard Midnov explica em seu livro que o acaso é um conceito mais fundamental que a causalidade. Em outras palavras, ele introduz um estudo de ‘como as pessoas fazem julgamentos ou tomam decisões quando defrontadas com informações imperfeitas ou incompletas’. A nossa vida é cheia de incertezas, não temos como adivinhar o futuro. Então nem tudo é resumido no “preto ou branco”.
Nas redes sociais, aparecem infinitas fórmulas de ação e reação. Se você fizer assim ou assado, vai ganhar muito dinheiro. Se comprar isso ou aquilo, vai ser mais feliz, se seguirmos uma receita de bolo, é difícil dar errado. Não quero dizer que tudo é mentira ou que devemos parar de assistir a TV ou ver o celular. Mas quando falamos do espírito humano, ficamos chateados quando as coisas não acontecem do jeito que planejamos.
Quando minha filha estava doente, no hospital, perguntei à enfermeira de plantão se o problema dela era grave e ela me respondeu perguntando se eu tinha fé. Aquilo me deixou totalmente vulnerável, sem chão. Apesar de todos os recursos à disposição, o que me restava naquele momento era ter fé. Pensei no ensinamento da “coisa emprestada e tomada emprestada”, e pratiquei o que havia sido ensinado por Oyassama.
Se tudo é um acaso, um fortuito e tudo está na intenção de Deus, então, não tenho o que fazer? Não é isso. Através dos episódios da Vida da Oyassama, aprendi que há coisas que realizamos que alcançam a razão de Deus, a razão do Céu, a razão da natureza. E, há coisas que não estão de acordo com essa razão, que são considerações da razão humana e das razões sociais.
Quando fazemos coisas que alcançam o céu, podemos interferir no acaso para podermos melhorar a nossa predestinação e, assim, receber e agradecer pelas providências. O aleatório parece não ser tão aleatório assim. É ver para crer.
*é condutor da Igreja Seiki Brasil