Antonio Shinko Aizawa
Bom dia a todos.
Recebendo a razão de Jiba, acabamos de realizar o Serviço Sagrado da cerimônia mensal de setembro, tendo ao centro o primaz Alexandre Kaoru Murata, acompanhado pelos servidores do Serviço: diretores da Sede Missionária e os condutores de igreja. Também, agradeço a presença de muitos fiéis e seguidores que, deixando seus compromissos, vieram reverenciar a cerimônia mensal.
Hoje, recebi a incumbência de dirigir-lhes algumas palavras; solicito alguns minutos da atenção dos senhores.
Ontem, durante o dia, foi realizado, excelentemente, o Curso de Diretoras de Igreja, promovido pela Associação Feminina, e, à noite, após o Serviço vespertino, houve o Culto às Almas dos Antepassados.
Hoje, gostaria de expressar o meu pensamento sobre o culto às almas dos antepassados.
Em todas as igrejas da Tenrikyo, nos meses de março e setembro, regularmente é realizado o culto às almas dos antepassados, com o desejo de tranquilizar as almas de todos aqueles que se dedicaram durante longo tempo ao Caminho, louvando os seus feitos realizados em vida.
Na Tenrikyo, utilizamos a palavra retornamento para se referir ao falecimento. Assim, no nosso ensinamento, naturalmente temos o entendimento de que todas as almas renascem, tomando um novo corpo emprestado, para darem continuidade à intenção divina, de construírem a vida de plena alegria e felicidade.
A morte é a devolução do corpo que foi tomado emprestado de Deus-Parens no nascimento. É tal como despir a roupa velha para trocar, futuramente, por uma nova. É ensinado que, após retornarmos, no tempo oportuno, Deus-Parens fará a alma renascer neste mundo, tomando emprestado um novo corpo. Por isso, a importância de reverenciar as almas dos antepassados.
No culto, recordamos as virtudes e os feitos dos antepassados e agradecemo-lhes por suas virtudes acumuladas em vida.
Como é do conhecimento de todos, em conformidade com as normas da Tenrikyo, quanto aos cultos pós-retornamento, realiza-se o de 50 dias, 1 ano, 5 anos, 10 anos, 20 anos, 30 anos e, por último, de 50 anos. Excetua-se o culto de 40 anos.
No Japão e no Xintoísmo, o número 4 é associada à morte. Por esse motivo, na cultura japonesa, existe uma forte rejeição em torno do número 4. Entretanto, no Brasil, não há qualquer crença a respeito do número 4.
Na minha igreja, realizamos o culto de 40 anos com regularidade, desde que não haja objeção por parte dos familiares.
Acredito que, se pularmos o culto de 40 anos de retornamento, o intervalo de 20 anos sem qualquer homenagem pode fazer com que a história do antepassado se perca e caia no esquecimento.
Segundo o ensinamento da Oyassama, “Não existem dias ruins. Todos os dias são bons!”
Agora, mudando de assunto.
O mês de setembro é o mês de dedicação à atividade de divulgação. Assim, a Sede Dendotyo definiu os dias 27 e 28, para que as regionais da Associação do Fiéis realizem a atividade do “Dia da Divulgação”.
Além disso, atendendo as orientações da Instrução 4, há um parágrafo que diz: “O período de três anos, mil dias para o decenário de Oyassama é o tempo de praticar o ensinamento e de trabalhar mais ativamente na caminhada da dedicação sincera à salvação, tendo como a meta a vida modelo.”
Assim, além da atividade regional do Dia da Divulgação, está sendo orientado para que as igrejas deem ênfase à atividade de missionamento, promovendo a atividade com a união espiritual de todos os yoboku, fiéis e seguidores.
Também, o primaz Murata vem ratificando o desejo da Sede da Igreja para que um maior número de pessoas possa realizar o regresso a Jiba, motivados pela época oportuna rumo ao decenário de Oyassama.
Por mais que haja consciência disso, nem todos terão condições de realizar o regresso a Jiba, por uma série de motivos. Entretanto, o maior presente que cada um pode oferecer à Oyassama eternamente viva, nesta na celebração dos 140 anos de seu ocultamento físico, é a própria evolução espiritual.
Para tanto, há vários caminhos para atingirmos este objetivo. Mas penso que, primeiro, devemos nos aprofundar nos estudos da doutrina, através da leitura dos livros sagrados: Escritura Divina, Hinos Sagrados e Indicações Divinas, sempre alinhadas aos estudos dos livros Doutrina de Tenrikyo e da Vida de Oyassama – Minuta.
Paralelamente, a evolução no Caminho também deve ocorrer, participando dos cursos regulares ministrados pela Sede Dendotyo ou das atividades coordenadas pelas associações e departamentos.
Segundo as palavras do diretor geral administrativo da Sede, reverendo Zensuke Nakata, por ocasião que visitou o Brasil, no início das atividades dos três anos, mil dias: “É de extrema importância a realização da divulgação e salvação, sendo que a prática da divulgação e salvação são os maiores meios para cortar a predestinação de vidas anteriores.”
Na Instrução 4, temos: “Oyassama começou sozinha este caminho e os precursores tendo a vida-modelo como apoio do espírito, trilharam com muito empenho para que tivesse continuidade até nós.”
Desta forma, temos em nossa Igreja um exemplo que me deixa imensamente grato, com profunda admiração.
Durante a pandemia, fomos proibidos de reunir pessoas e, consequentemente, houve o impedimento de realizar as cerimônias mensais. Fazíamos apenas no âmbito familiar.
Com o término da pandemia, em meados do ano 2022, algumas famílias continuaram não comparecendo à igreja, causando bastante preocupação para nós. Por outro lado, entre os jovens, houve o interesse e dedicação no aprendizado dos ensinamentos de Oyassama.
A evolução gradativa demonstrada por uma jovem, também despertou o interesse e a curiosidade dos familiares, que passaram a frequentar a igreja, um após outro, como num passe de mágica. Uma pessoa tão jovem possui a força capaz de atrair outras pessoas.
Considerando a prática da divulgação um fator de extrema importância nesta época oportuna, vale lembrar as palavras do primeiro primaz do Dendotyo, rev. Chujiro Otake: “No regresso a Jiba e na salvação, não perca de ninguém.”
Eu sempre fui agraciado em poder me encontrar e ser orientado por grandes mestres do Caminho e costumava anotar suas histórias e orientações para não esquecer. Sempre apreciei as orientações e histórias dos mestres precursores, que dedicaram a vida ao Caminho da salvação. Assim, carrego como exemplo a biografia dos mestres Guenjiro Fukaya e Unosuke Tosa que, após serem salvos pela Oyassama, decidiram se dedicar de corpo e alma ao Caminho da retribuição, por toda a vida.
Oyassama nos ensinou que este é o verdadeiro Caminho a ser trilhado, rumo à vida plena de alegria e felicidade.
Com o desejo de corresponder ao amor maternal da Oyassama, que aguarda ansiosamente a maturação espiritual de seus filhos, vamos seguir firmes para alegrá-la. Nesta época oportuna, vamos caminhar unidos espiritualmente, numa única direção, e também, vamos nos conscientizar de que este é o período certo para cumprir as determinações fixadas, sem nos deixarmos abater pelo pensamento comum da sociedade.
Assim, aproximando-nos do final da trajetória dos três anos, mil dias rumo aos 140 anos do ocultamento fisico da Oyassama, desejo que todos possam se dedicar com sinceridade e espírito animado.
Assim, encerro a minha missão de hoje. Muito obrigado pela atenção!
*é diretor da Sede Missionária e condutor da Igreja Central