Nobutoshi Yamaguchi
Na Instrução 4, temos: “Hoje, na sociedade, transbordam atitudes momentâneas e egoístas que não levam em consideração o próximo. As pessoas confiam demasiadamente nas próprias forças e são levadas pelas próprias cogitações humanas, vagando na escuridão do espírito”.
Realmente, observamos fatos lamentáveis no mundo e suas causas nada mais são do que o pensamento: “Se ao menos eu estiver bem!” Temos também casos de religiões politizadas e países que se autodenominam democráticos, mas que estão divididos ideologicamente. Tudo demonstrando a arrogância e egoísmo humanos que, com certeza, ameaçam a paz e dificultam a preservação ambiental. Mesmo em uma escala menor, também observamos casos de violências banais, como de trânsito ou entre torcedores fanáticos. Tudo desnecessário, que pode afetar drasticamente o futuro.
Desta forma, concluímos que o ensinamento de Oyassama visa apenas a construção da vida plena de alegria e felicidade, onde todos se respeitam mutuamente e vivem em harmonia. Esta é a chave para a pacificação do mundo.
Sabemos que o número de nossos seguidores é pequeno; porém, há um provérbio que diz: “Mesmo o caminho de 1.000 léguas começa com o primeiro passo.” Então, o importante é dar o primeiro passo nesta caminhada e, diante das dificuldades vindouras, devemos ser fortalecidos pela autoconfiança de um reconhecimento divino bem maior.
Na Instrução 4, consta: “... para promover a união espiritual de todos os seguidores do caminho.” e conclui: “vamos avançar com todas as forças, unindo o espírito...” Com isso, percebemos que o primaz mundial está enfatizando a importância da união das forças, para que todos se direcionem ao mesmo objetivo. E, podemos afirmar que há um ponto em comum: atitudes de perceber as pequenas alegrias, quase insignificantes no cotidiano, que, acumulando-se, farão adiantar o caminho da vida alegre e feliz.
Minha última palestra no Dendotyo foi em abril de 2023. Naquela ocasião, falei sobre a providência recebida após oito meses de sofrimento da garganta. À medida que a idade avança, em vez de falar de episódios de salvação dos outros, fico um pouco constrangido por contar a história da salvação que tive. Desta vez, foi com a dor da perna esquerda, justamente na época que antecedia o meu plantão no recinto de reverência do Dendotyo e de palestrante.
Em outubro de 2023, cai no chão, numa posição meio agachada, de cerca de 40cm de altura. No dia seguinte, descansei e, passados alguns dias, já não sentia qualquer incômodo. Assim, pude receber a visita doutrinária do primaz e esposa. Porém, no final do mesmo mês, senti um desconforto e, em poucos dias, comecei a sentir uma dor como uma queimadura na região do tornozelo, e os dedos do pé ficaram meio adormecidos. O pior era na hora de dormir, em que procurava uma posição que amenizasse a dor, sem sucesso. Adormecia pelo cansaço, mas voltava a acordar depois de 2 a 3 horas. Analgésicos, a consulta a angiologista, exames de raio X não resolveram o sofrimento.
Como o tropeço aconteceu de uma baixa altura, acabei deixando a consulta com o ortopedista como última opção. Mas o tendão é que fora afetado. Assim, sofri durante um mês e meio, com dor intensa.
Nesta época, ainda faltavam quase que cinco meses para meu plantão e não sabia se conseguiria cumpri-lo. De repente, encontrei uma tarifa aérea muito atrativa, com o voo chegando e partindo de Bauru. Nesse momento, refleti e garanti a reserva da passagem para justamente receber a capacitação. E assim ocorreu. Tenho a convicção de que era a intenção e orientação divina neste sentido, e fiquei muito agradecido.
Obviamente, pela minha idade, a recuperação é difícil; a dormência e a fragilidade da perna continuam atrapalhando minhas atividades. Mas, graças a Deus, consegui superar os plantões do Dendotyo do mês de novembro do ano passado e de abril deste ano, sempre recebendo a graça nas respectivas épocas de incumbências. Assim, cheguei ao dia de hoje, novamente como plantonista e palestrante. Regressei ao Dendotyo junto com o condutor da casa divulgação, para que ambos tenhamos uma tranquilidade maior durante a viagem.
Certo dia, tive que carregar um certo peso e isso fez mal à perna já debilitada. Fiquei três semanas em observação. Na Grande Cerimônia de outubro da igreja, consegui dançar apenas até o terceiro hino. Fiquei muito preocupado com as incumbências vindouras. Felizmente, minha irmã sugeriu um suplemento adequado e, com isso, aliviou a dor; assim, comecei a ganhar autoconfiança, a ponto de ter que modificar o conteúdo desta palestra, para incluir o trecho atual que estou contando. Com certeza, é mais uma providência divina!
Pensando bem, um pouco antes de começar esta ‘maratona’, em setembro de 2023, fui escalado a palestrar no curso para os novos preletores do Curso de Doutrina de Um Dia e o tema foi “Coisa Emprestada, Tomada Emprestada”. Contei minhas experiências e a importância deste ensinamento. Há um provérbio japonês que diz: “Faça os filhos afetuosos viajarem.” Significa que os amados filhos devem compreender a dureza da vida para suportarem o futuro.
Agora, peço a liberdade para falar um pouco sobre a nossa igreja. Ela está localizada numa zona rural, dentro de uma colônia de imigrantes. Quem mora no local há mais de 60 anos sente a modernização ao longo dos anos: energia elétrica, telefone, internet, fibra ótica, asfalto, entre muitos outros. Mas, é inegável que ainda faltam infraestruturas como nas grandes cidades.
Em termos geográficos, ficamos muito distantes do Dendotyo, não podendo regressar com frequência. Somos gratos aos senhores que se dedicam mensalmente às cerimônias e no hinokishin. Mas, por outro lado, tenho o sentimento de descumprimento de minha parte.
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