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Espírito de salvar o próximo

Eduardo Y Otake

O próximo mês, setembro, é o mês designado como ‘mês de incentivo ao missionamento de todas as igrejas’. 

Na divulgação, quando nos apresentamos como um fiel da Tenrikyo, inicialmente as pessoas perguntam: “Qual é a doutrina da Tenrikyo?” – e, de forma simples, muitas pessoas dizem: “Tenrikyo é a vida plena de alegria e felicidade”.

São palavras simples e bonitas. 

Nas Indicações Divinas, temos: “Animando todos é que se diz alegria real.”

A humanidade, vivendo em constante conflito, está longe de viver a “alegria real”. Uma sociedade com paz e harmonia, e onde todos também se ajudam mutuamente em união espiritual, é uma civilização que ainda não conhecemos. Assim, para viver a alegria real seria necessário mudar muitas culturas e costumes. Hoje, muitas pessoas pensam: “Se ao menos eu estiver bem, se pelo menos estiver bem agora.” – é um pensamento além de egocêntrico, mas também de momento.

Para um mundo de vida plena de alegria e felicidade, é preciso que as pessoas cultivem e desenvolvam o sentimento de salvação. É preciso que o pensamento voltado apenas para si se transforme no sentimento de salvação direcionado às outras pessoas.

Como quer que reflitam, é lamentável por não terem o espírito de salvar os outros. XII-90

Doravante, é o pedido de Tsukihi; que todos reformem firmemente o espírito. XII-91

Se indagarem como deve ser este espírito: somente o desejo único de salvar o mundo. XII-92

Muitos povos têm o hábito de juntar as palmas das mãos como atitude de reverência, solicitação, gratidão, respeito, etc. 

Na Tenrikyo, também juntamos as palmas das mão e, ainda, batemos palmas quatro vezes. Os antigos mestres diziam que ajustamo-las buscando estabelecer uma razão de relacionamento com Deus-Parens pela concessão das dez providências que vivificam o nosso corpo. Ajustando-se as palmas das mãos, oramos “namu Tenri-Ô-no-Mikoto” e buscamos estabelecer a razão celeste através da retribuição das graças recebidas. 

Acredito que esta atitude leva à reflexão, compreensão e aprimoramento da própria fé. Deixando de nos amparar em Deus, perdemos a alegria e acabamos apenas nos preocupando com o dia de amanhã. Assim, julgando as coisas antecipadamente, tendemos a criar o espírito de insatisfação, que faz acumular as poeiras espirituais e modelar o nosso espírito de forma a empoeirar os espíritos alheios. Consequentemente, distanciamo-nos das palavras divinas: “Salvando os outros, estará salvando a si mesmo.” (ED III-47). 

Por esta razão, devido a este estado espiritual egocêntrico, torna-se difícil pensar no próximo. 

Para transformar o espírito para o espírito que deseja salvar as pessoas, devemos praticar a missão de salvar. Somente a partir desta prática é que chegamos ao espírito de “dedicação única à salvação”. A prática da salvação se desenvolve apenas no nosso cotidiano.

Desta maneira, vamos buscar o desenvolvimento do espírito de salvar através do incentivo ao missionamento em todas as igrejas.

*é editor-responsável deste Jornal e condutor da Igreja Bauru