638 2024.ago_Opinião

tempo oportuno

Marcelo Yutaka Tanio

Passamos da metade do período oportuno dos três anos, mil dias, para a celebração dos 140 anos do ocultamento físico de Oyassama. 

Qual a expectativa de cada um dos senhores?

Desde pequeno ouvia falar muito sobre o período dos três anos, mil dias, mas para mim, não passava de uma simples data, pois nunca tive a oportunidade de regressar a Jiba nessas épocas. 

Meu primeiro regresso a Jiba, aconteceu aos 18 anos de idade, quando ingressei no Seminário de Tenri (Tenri Kyoko Senshuka). Estudei na Terra Parental durante dois anos e, depois, fiz a dedicação por mais dois anos, como forma de retribuir a graça de concluir o curso. 

Me recordo que, antes de regressar a Jiba, nada dava certo em minha vida. Após retornar ao Brasil depois de quatro anos de dedicação, tudo que fazia rendia bons frutos. Porém, durante o período da faculdade, como um ser comum e imaturo, em quatro anos, consegui gastar todo merecimento acumulado na Terra Parental. Cheguei ao ponto de receber uma grande orientação de Deus que quase tirou a minha vida.

Ao concluir a faculdade, tive a oportunidade de me dedicar novamente, após a solicitação do meu condutor-mor. Foram três anos de dedicação, quando, em meio a altos e baixos, tive a oportunidade de me determinar e mudar o curso de minha vida.

Atualmente, relembrando todos esses momentos, sou grato por poder ver os meus filhos tendo a  oportunidade de estudar e se dedicar na Terra Parental.

Apesar de ter nascido e crescido dentro de uma igreja, e de estar em contato diário com os ensinamentos, sempre há a necessidade de reciclar e reafirmar a fé, através dos regressos a Jiba, dos cursos e das determinações nas épocas oportunas dos decenários. 

Acredito que há o momento em que Deus-Parens e Oyassama almejam a nossa evolução de qualquer modo. E, para isso, é importante estarmos sempre alertas com os acontecimentos à nossa volta. É nos ensinado que, “tudo que vemos e ouvimos é predestinação”.  Assim, é essencial ter o equilíbrio para poder refletir e interpretar os acontecimentos à nossa volta, de forma a prosseguir no aprimoramento espiritual.

No mês de julho do ano passado, pude participar do curso de habilitação para condutor de igreja, juntamente com a minha esposa, e, no mês de maio deste ano, pude regressar novamente, acompanhando um fiel para poder ouvir as preleções de Besseki e receber o dom da Concessão Divina, Sazuke. Foram dois regressos que me proporcioram reflexões de minhas condutas do cotidiano.

A cada reflexão, com sentimento sincero, recebi a benevolência de Deus-Parens pelas minha atitudes imaturas, e pude agradecer pelas conduções concedidas que mudaram completamente o curso de minha vida. Ou seja, como é ensinado: “arrependimento de vidas passadas”. 

Muitas situações por que passamos, provavelmente, são consequências do que fizemos às pessoas  em vidas passadas. Mas, graças a Deus, não nos lembramos destes feitos, que causariam um grande desconforto em nossa vida. Porém, quando isso vem à tona, ou seja, quando é mostrada a nossa predestinação, a conscientização e o arrependimento sincero da predestinação da família, por parte dos esclarecidos, altera o curso do Caminho em que nos encontrávamos e nos recoloca de volta ao rumo correto. Dessa forma, assim também foi explanado na palestra da cerimônia mensal de julho da Sede Dendotyo, pelo reverendo Daisuke  Nakayama, presidente mundial da Associação dos Moços: “apontar a seta para o próprio espírito”. 

Não somos perfeitos e estamos em constante processo de evolução. Desta forma, com humildade, devemos procurar ver as qualidades e os pontos positivos das pessoas, trazendo-os para si. Assim como nos é ensinado: “Salvando os outros, estará salvando a si mesmo.”

Apontar os defeitos alheios se tornou um hábito na sociedade. Porém, está orientado na Instrução 4: “Se não trilharem o caminho da vida-modelo, não será necessário a vida-modelo (...) Não há outro caminho a não ser o da vida-modelo.”

Trilhar o caminho da vida-modelo, ao meu ver, seria passar os dias com o mínimo dos sentimentos com os quais Nossa-Mãe, Oyassama, passou. E, para isso, vamos ler o livro ‘Episódios da vida de Oyassama’ e procurar pô-los em prática.

Abraço carinhoso no coração de todos.

*é Yoboku da Igreja Paulista e diretor da Comissão dos Encarregados dos Estudantes.